Segundo a ONU, cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência ao longo da vida, apenas por causa de seu gênero. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o início da pandemia trouxe uma situação dramática para as mulheres que ficaram confinadas em casa com seus agressores: os números de denúncias diminuíram. Isto significa que as mulheres não conseguiam pedir ajuda, apesar do aumento considerável dos casos de violência doméstica. Dados do órgão revelam que em 2020 foram registrados 1350 feminicídios no Brasil, um caso a cada seis horas e meia.

E foi para pedir basta que o Grupo Mulheres do Brasil por meio de seu comitê de Combate à Violência contra a Mulher – coloriu de laranja (cor escolhida pela ONU para criar-se uma visão simbólica de um mundo mais positivo) as ruas de diversas cidades do país no último domingo, dia 5 de dezembro, na caminhada pelo fim da violência contra mulheres e meninas.

Em Caxias do Sul, cerca de 250 pessoas participaram. “Nós trabalhamos através do protagonismo feminino, mas nós não somos contra os homens. As mulheres são metade da sociedade e são mães dos outros 50%. Por isso, é tão importante que os homens se juntem a nós. Os homens que praticam violência são, de certa forma, vítimas de uma sociedade machista, de uma cultura que o homem tem que ser forte, predominante. Eu tenho falado muito que os homens também precisam de ajuda. Então, o nosso convite é para a união de todos,” disse a líder do Núcleo Caxias, Celiz Frizzo, em entrevista.

A caminhada saiu do Largo da Prefeitura Municipal (Rua Alfredo Chaves, 1333), às 10h, e percorreu a Rua Alfredo Chaves (passando pelo Julio de Castilhos) até a Praça Dante Alighieri. Homens, mulheres e crianças, seguiram até o Parque dos Macaquinhos, com faixas, cartazes, balões e apitos clamando: “todos contra a violência”, “mexeu com uma, mexeu com todas” e “eu meto a colher”. Ao final, no Parque dos Macaquinhos, a cantora Nicolle Mottin fez um pocket show.

A delegada Aline Martinelli, que participou do ato e está à frente da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) há pouco mais de um ano, lembrou que a cidade conta com números altos de violência contra a mulher. “É uma luta constante. É um crime que merece ser combatido com ações, incentivos e empenho de toda a população para que possamos reduzir ainda mais os nossos índices”, pontuou.

A iniciativa integra os “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” – uma campanha internacional da ONU de combate à violência contra mulheres e meninas.

Fonte: Assessoria de Imprensa / Foto: Divulgação