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Viva com Saúde – 29/10/2025 – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Foto: Freepik
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No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH

Estudo publicado na revista científica International Journal of Health Science aponta que a impulsividade mascara o verdadeiro potencial intelectual de pessoas com TDAH. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios neurocomportamentais mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas desde a infância até a vida adulta.

Tradicionalmente descrito pela tríade de sintomas, (desatenção, hiperatividade e impulsividade), o transtorno vai muito além de dificuldades de comportamento, refletindo uma complexa disfunção nos circuitos cerebrais responsáveis pelo controle da atenção, pelo planejamento e pela inibição de respostas.

De acordo com o estudo, essa dinâmica gera um efeito preocupante: a subestimação do potencial intelectual dos indivíduos diagnosticados. O problema não está na ausência de inteligência, mas na forma como a impulsividade e a disfunção da memória de trabalho dificultam que esse potencial seja revelado claramente.

A pesquisa mostra que a antecipação de respostas impulsivas e os déficits de memória de trabalho (habilidade responsável por manter e manipular informações em tempo real) prejudicam a expressão das capacidades cognitivas. O resultado é um comportamento que pode ser confundido com desorganização ou até mesmo com baixa inteligência, quando na realidade trata-se de um bloqueio no processamento neural.

É um erro interpretar esses indivíduos como menos capazes. O que acontece é que, em muitos momentos, a resposta chega antes da reflexão, e isso distorce a percepção sobre seu verdadeiro desempenho intelectual.

O estudo reforça que inteligência não é um constructo fixo e isolado, mas sim o resultado da integração de múltiplas redes cerebrais. Nesse contexto, o TDAH deve ser entendido como uma condição em que a expressão da inteligência é mais difícil de decifrar, mas não menos valiosa.

O objetivo dos pesquisadores é mudar o olhar clínico e social sobre essas pessoas. Precisamos de métodos de avaliação que levem em conta essa complexidade, evitando diagnósticos simplistas e promovendo intervenções que permitam o pleno desenvolvimento de suas capacidades.