No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a relação das mudanças climáticas com as alergias.
A relação entre as mudanças climáticas e o aumento de casos de alergias vem despertando preocupação, especialmente nas regiões subtropicais do Brasil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as oscilações no clima já afetam negativamente a qualidade do ar e potencializam a distribuição de alérgenos no ambiente.
No Brasil, um estudo conduzido pela Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) alerta que episódios extremos de calor, aumento da umidade e alterações na estação polínica estão provocando uma elevação significativa nas queixas alérgicas, especialmente no Sul do país, onde os eventos climáticos extremos têm se intensificado.
O cenário vem elevando os casos de rinite alérgica, segundo o Guia de Bolso sobre Mudanças Climáticas para Profissionais de Saúde, do Ministério da Saúde. Em regiões secas, partículas em suspensão e nuvens de poeira agravam problemas respiratórios e irritações nos olhos. Já na estação seca, o calor e a baixa umidade favorecem a presença de micropartículas, pólen, bactérias, mofo e fungos. O dióxido de carbono (CO₂) em alta também contribui, ao estimular o crescimento de plantas e a produção de pólen.
Dentre as alterações do clima e suas consequências, de acordo com o estudo, existe um alerta para os riscos respiratórios provocados por mofo e bolor. A umidade deixada pelas inundações, no caso das enchentes recentes do Rio Grande do Sul, por exemplo, favorece a proliferação fúngica, que pode causar sintomas como tosse e falta de ar, tanto em pessoas alérgicas quanto naquelas sem histórico de alergias. A reação é provocada pelas toxinas liberadas pelos fungos no ambiente.
As medidas preventivas, segundo especialistas, devem começar pela prioridade em manter os ambientes limpos, com o mínimo possível de poeira, ácaros e mofo. Entre as principais recomendações citadas pela especialista estão:
• Evitar o contato com cortinas, tapetes e objetos que acumulem pó;
• Manter as janelas abertas para garantir a circulação de ar;
• Utilizar capas antiácaros em colchões e travesseiros;
• Limpar com frequência os filtros de ar-condicionado;
• Evitar a prática de atividades físicas próximas a vias com tráfego intenso;
• Lavar as mãos corretamente;
• Não acumular livros dentro do quarto.