No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre mudanças climáticas e os riscos para os idosos.
A população mundial está envelhecendo. De acordo com relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), estima-se que o número de indivíduos no mundo com idade igual ou acima de 60 anos cresça de 901 milhões para 1,4 bilhão entre os anos de 2015 e 2030. Em 2050, a população global de idosos deverá mais que dobrar em reação a 2015. No Brasil, a situação é semelhante. Em 2060, 25% da população brasileira será idosa, com a expectativa de vida chegando a 81 anos.
O envelhecimento é importante fator de risco para as principais doenças dos seres humanos, como câncer, distúrbios neurológicos e psiquiátricos e doenças cardiometabólicas. Algumas características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais sofrem alterações à medida que as pessoas envelhecem, tornando-as mais vulneráveis às mudanças ambientais.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a crise ambiental tem impacto significativo na população idosa. Em primeiro lugar, as condições crônicas de saúde associadas aos idosos (como doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2) aumentam suas vulnerabilidades.
Por exemplo, ondas de calor e frio extremas podem causar danos generalizados à saúde, assim como aumento da mortalidade. Tem-se verificado que altas temperaturas aumentam a circulação sanguínea, dissipação de calor e perda de água, o que leva, em última análise, à elevação da viscosidade do sangue e ao desequilíbrio eletrolítico (perda significativa de líquidos corporais). Isso favorece a ocorrência de doenças vasculares.
Já baixas temperaturas promovem o aumento do metabolismo, resultando em maior frequência cardíaca e pressão arterial, o que propicia a ocorrência de eventos cardiovasculares. Além disso, idosos também são particularmente vulneráveis aos efeitos da poluição atmosférica. De acordo com estimativas atualizadas da OMS, a poluição do ar é um grande problema de saúde pública, sendo responsável por mais de 4 milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo.
Nos idosos, os principais efeitos da poluição atmosférica na saúde e mortalidade são verificados principalmente em indivíduos que já apresentam doenças crônicas como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças cardiovasculares.
Outro ponto importante são as doenças transmitidas por vetores. As mudanças climáticas criam condições ideais para a proliferação e expansão das áreas de distribuição de mosquitos, carrapatos e outros insetos transmissores de doenças. Nesse sentido, especialistas alertam para o aumento de casos de dengue, malária, doença de Lyme e febre do Nilo Ocidental nos idosos.
Além disso, desastres naturais causados pelas mudanças climáticas (como inundações, secas, ciclones e tufões) também podem apresentar um grave e duradouro impacto na saúde física, mental e no status socioeconômico dos idosos ao redor do mundo.
Por fim, estudos recentes demonstram que a crise hídrica, a precariedade de saneamento e a contaminação da água por micro-organismos e produtos químicos têm implicações diretas na saúde (por exemplo, doenças infecciosas e crônicas) e na qualidade de vida dos idosos.