No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre os frutos da erva-mate que contêm propriedades que podem ser benéficas para a saúde e para uso comercial.
O chimarrão leva, tradicionalmente, apenas dois ingredientes: folhas e talos de erva-mate e água quente. Para a produção da erva-mate para chimarrão, as folhas da planta passam pelo sapeco, secagem e, finalmente, são moídas em diferentes tamanhos. Neste processo, os frutos são descartados, pois podem deixar o chimarrão amargo. Pensando em alternativas de uso para este resíduo, surgiu, a ideia de estudar as propriedades dos frutos da erva-mate. Uma pesquisa do Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, realizada por Yuri Eduardo Mendes Gandin, sob orientação do professor Ernesto Quast, constatou que os frutos desta planta têm diversas propriedades benéficas para a saúde e que também podem resultar em produtos comerciais inovadores.
Os resultados do estudo revelaram que as saponinas são encontradas em concentrações mais altas em frutos verdes e permanecem estáveis mesmo a 110°C. Neste caso, há potencial para extração destes compostos para usos medicinais, como para o controle do colesterol, assim como na agricultura, para a produção de pesticidas biodegradáveis. Os frutos verdes também apresentaram propriedades antioxidantes elevadas, que podem ser benéficas para a prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo. Já as antocianinas, mais abundantes nos frutos maduros, são altamente sensíveis ao calor e são mais bem preservadas a 60°C. Seu uso mais comum é como corante para alimentos.
A composição química do óleo extraído das sementes dos frutos foi estudada pela primeira vez. A pesquisa constatou a presença de ácidos graxos: 43,11% de ácido linoleico (ômega-6), 37,68% de ácido oleico (ômega-9) e apenas 19,21% de gorduras saturadas. Na comparação com outros óleos, como de soja ou girassol, o óleo da semente de erva-mate apresenta maior teor de gordura insaturada, o que o torna uma boa opção para o uso em alimentos saudáveis, assim como em cosméticos.