
A culinária italiana foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em uma decisão inédita que reconhece pela primeira vez a gastronomia de um país em sua totalidade.
O anúncio foi recebido como um triunfo político e cultural em Roma. A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou que o reconhecimento “honra quem somos e nossa identidade”, destacando que, para os italianos, a culinária vai muito além de receitas: “É cultura, tradição, trabalho, riqueza”.
Esta é a primeira vez que uma tradição gastronômica recebe o título. A concessão segue os critérios da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial de 2023, que incluem identidade cultural clara, participação ativa da comunidade e contribuição para a diversidade e o diálogo cultural.
O reconhecimento ocorre após uma campanha de três anos liderada pelo Ministério da Agricultura da Itália. Em nota, a Unesco definiu a culinária italiana como uma “fusão cultural e social de tradições culinárias”, destacando seu caráter comunitário, a valorização dos ingredientes e os momentos de convivência à mesa.
A decisão foi anunciada durante a 20ª sessão do Comitê Intergovernamental do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada em Nova Delhi, na Índia.
Conhecida mundialmente pela pasta, pela pizza, pelo gelato e por uma infinidade de pratos regionais feitos com ingredientes simples e locais, a Itália já tinha elementos isolados de sua gastronomia reconhecidos pela Unesco, como a pizza napolitana e o café espresso.