Imagem: Estúdio da Rádio Sociedade,/Acervo EBC

Hoje são lembrados dois marcos da história brasileira. Este 7 de setembro de 2022 marca os 200 anos da Independência do Brasil e o centenário da primeira transmissão de rádio do país.

Comemorado no 7 setembro, o Dia da Independência do Brasil recorda o grito de independência às margens do rio Ipiranga, proclamado por Dom Pedro I, mas esse marco nem sempre foi comemorado na mesma data. Devido às dificuldades de propagação das informações, a população só ficou ciente do feito em 12 de outubro, dia em que Dom Pedro I se tornou imperador do Brasil e dia do aniversário do monarca.

Oficializado no centenário da proclamação, o hino nacional também faz aniversário durante a semana e completou 100 anos na terça-feira (6). A letra do hino foi escrita em 1909 pelo poeta Osório Duque Estrada e só se tornou oficial em 1922 pelo Decreto nº 15.671, de 6 de setembro de 1922, assinado pelo presidente Epitácio Pessoa.

Também comemorada hoje, a primeira grande transmissão radiofônica no Brasil aconteceu durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que comemorava os 100 anos da emancipação do país e contou com discurso do então presidente Epitácio Pessoa.

A história da rádio, no entanto, pode ter começado anos antes, em 1919, em Recife (PE). Formada por estudantes, a Rádio Clube de Pernambuco foi inaugurada em 6 de abril de 1919, um ano antes da Rádio Sociedade. A Rádio Sociedade de Edgard Roquette-Pinto, primeira rádio oficial, veio em 20 de abril de 1920. Esse não é o único episódio que gera discussões sobre pioneirismo. A própria invenção do aparelho radiofônico, atribuída ao italiano Guglielmo Marconi, gera discussão entre pesquisadores e envolve um cientista brasileiro, o padre Roberto Landell de Moura.

Desde então, o veículo se consolidou como um dos mais importantes e rotineiros na comunicação da atualidade. Nem mesmo com a suposição de ameaças de extinção, com o surgimento da televisão e o nascimento da internet, enfraqueceram a presença radiofônica. Pelo contrário, permitiram a evolução do meio.

A partir de 30 de abril de 1923, a rádio passou a operar com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, e instalada na estação Escola Politécnica, na então capital federal. Foi durante o governo de Getúlio Vargas que o meio de comunicação explodiu.

Em 1936, surgiu a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que se tornou a emissora mais importante do país. Programas jornalísticos como Repórter Esso e as primeiras radionovelas marcam o período.

Já nos anos 90, surgiram as primeiras rádios na internet e, em 2005, ocorreram as primeiras transmissões de rádio no sistema digital, consagrando a popularização do veículo.

O relatório do Kantar IBOPE Media de 2021 indica que o consumo de rádio aumentou 186% nos últimos dos anos, com destaque para a Região Sul. Os ouvintes declararam que se informam e se divertem pelas plataformas diariamente.

Passados 100 anos, o rádio continua sendo, até os dias atuais, o veículo de maior alcance em todo o território brasileiro, principalmente por atingir as regiões mais remotas do país e as mais diferentes classes sociais.