Pesquisadores observaram pela primeira vez água e outras moléculas em um dos ambientes mais extremos da galáxia
Usando o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, astrônomos observaram pela primeira vez água e outras moléculas em um dos ambientes mais extremos de nossa galáxia.
Os resultados sugerem que as condições para a formação de planetas rochosos podem ocorrer em uma gama mais ampla de ambientes do que se acreditava anteriormente.
Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista científica The Astrophysical Journal.
Discos formadores de planetas
O estudo apresenta os primeiros resultados de um programa que se concentra no estudo de discos formadores de planetas em regiões massivas de formação estelar.
Esses discos são vastos aglomerados giratórios de gás, poeira e fragmentos de rochas onde planetas se formam e evoluem.
Segundo a NASA, essas regiões estelares provavelmente representam o ambiente no qual a maioria dos sistemas planetários se formou.
O programa, batizado de XUE – eXtreme Ultraviolet Environments (Ambientes Ultravioleta Extremos, em tradução livre), analisa 15 discos em três áreas da Nebulosa da Lagosta, situada a cerca de 5.500 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Escorpião.
Essa nebulosa, um dos mais jovens complexos massivos de formação estelar, abriga algumas das maiores estrelas da nossa galáxia. Os primeiros estudos abordam o disco protoplanetário denominado XUE 1.
Ao observar esse ambiente considerado extremo, a equipe detectou uma variedade de moléculas consideradas os blocos de construção dos planetas rochosos.
“Descobrimos que o disco interno ao redor do XUE 1 é surpreendentemente semelhante aos encontrados em regiões vizinhas de formação estelar”, disse Rens Waters, da Universidade de Radboud, na Holanda.
“Detectamos água e outras moléculas como monóxido de carbono, dióxido de carbono, cianeto de hidrogênio e acetileno”, afirmou.
“Ficamos surpresos e animados porque esta é a primeira vez que essas moléculas foram detectadas sob essas condições extremas”, acrescentou Lars Cuijpers, da Universidade de Radboud.
Segundo os cientistas, as condições no disco interno se assemelham às encontradas nos discos bem estudados localizados em regiões vizinhas de formação estelar, onde apenas estrelas de baixa massa se formam.
Isso sugere que planetas rochosos podem se formar em uma variedade muito mais ampla de ambientes do que se acreditava.
Fonte: Nasa