Um novo estudo, considerado o mais abrangente até o momento, revela que o consumo de bebidas energéticas está associado a um aumento do risco de problemas de saúde mental em crianças e jovens, incluindo depressão, TDAH e pensamentos suicidas.
Publicado na revista Public Health, o estudo concluiu que essas bebidas altamente cafeinadas não afetam apenas a saúde física dos jovens, mas também a saúde mental, impactando desde o desempenho acadêmico até a dieta e o sono.
Os pesquisadores do Fuse, Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade de Teesside e da Universidade de Newcastle, analisaram 57 estudos envolvendo mais de 1,2 milhão de crianças e jovens de 16 países ao redor do mundo.
O estudo apontou que, em sua faixa etária, os jovens do Reino Unido são os maiores consumidores de bebidas energéticas na Europa. A marca específica das bebidas analisadas não foi revelada.
Autoridades de saúde do Reino Unido em alerta
Esses novos dados vêm à tona no momento em que mais de 40 entidades de saúde enviaram uma carta ao governo exigindo a “implementação imediata da restrição nacional de vendas desses drinks prejudiciais para menores de 16 anos”.
A carta afirma: “Os efeitos dessas bebidas são mais significativos e amplos do que se entendia anteriormente – em particular, resultados negativos para a saúde mental das crianças, além da saúde física. Quanta mais evidência é necessária antes que o governo tome uma atitude?”
Entre os signatários da carta estão o Royal College of Pediatrics and Child Health, a British Diabetic Association e a British Dental Association.
Um porta-voz do Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) declarou à ITV News: “Todas as bebidas com alto teor de cafeína, exceto chá e café, devem conter avisos indicando que não são adequadas para crianças ou mulheres grávidas ou lactantes.”
A venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos também foi proibida pela maioria dos grandes supermercados do Reino Unido, incluindo Tesco e Sainsburys, em 2018.
Mas especialistas disseram que as proibições em supermercados e rótulos de advertência não são suficientes para impedir que as crianças comprem as bebidas cada vez mais populares, que ainda estão disponíveis para compra em lojas locais.
Fonte: Gazeta Brasil