Imagem: O Rapto de Perséfone/Crédito Clara Albuquerque

Com referências à arte italiana e à mitologia ocidental, o inovador espetáculo musical “O Rapto de Perséfone” ganha cena nos dias 3 e 4 de junho, na Capital, como forma de o Consulado-Geral da Itália em Porto Alegre comemorar a Festa della Reppublica Italiana.

Será, de fato, uma ocasião para ser celebrada em diversos sentidos, tendo como mote principal os 77 anos do início da República italiana, forma de governo escolhida em referendo realizado nos dias 2 e 3 de junho de 1946. “O Due Giugno (2 de junho) é uma grande festa na Itália, e queremos oportunizar um pouco disso aqui, para nossos cidadãos italianos que vivem no Rio Grande do Sul. Entendemos essa proposta como uma forma de estarem ainda mais irmanados, exaltando os ideais republicanos que nos aproximam e reforçando os vínculos do Consulado para a enorme comunidade de italianos que temos no Rio Grande do Sul”, disse o Cônsul-Geral, Valerio Caruso.

A movimentação do Consulado é mais uma forma de estar presente, de fato, na vida das comunidades cujas conexões com a Itália são históricas. É uma proximidade que se faz necessária para valorizar os quase 150 anos em que os povos italiano e gaúcho passaram a se irmanar a partir de 1875, com o início da imigração, mas também um meio de projetar como será o futuro dessa relação. “Temos muito a evoluir ainda, há muitos intercâmbios que podem ser feitos, muitas relações bilaterais que podem ser construídas, tanto cultural como economicamente”, diz Caruso.

O Consulado-Geral da Itália em Porto Alegre é uma Representação Diplomático-Consular de suporte às necessidades do cidadão italiano no Exterior – no caso, os baseados no Rio Grande do Sul. Além da emissão de passaportes, uma de suas principais atribuições, presta outros tipos de importantes serviços consulares. Entre eles, estão o reconhecimento de cidadania, a legalização de documentos, a naturalização por casamento e a emissão de procurações e de vistos de permanência para estudo ou trabalho. A assistência do Consulado aos cidadãos italianos também é fundamental para que suas informações como domicílio e condição civil, por exemplo, se mantenham atualizadas com o Estado materno. Estima-se que hoje residam no Estado cerca de 120 mil cidadãos italianos (cerca de 4 milhões de descendentes)

Espetáculo rico em referências

Além das comemorações do 2 de junho italiano, outros motivos marcam a promoção do espetáculo “O Rapto de Perséfone” pelo Consulado. Um deles são as alusões à arte italiana na montagem realizada pela Sphaera Mundi Orquestra e pela Companhia Municipal de Dança de Porto Alegre. A começar pelo título da peça, que faz referência à escultura “O Rapto de Proserpina” – nome de Perséfone na mitologia romana –, assinada pelo artista Gian Lorenzo Bernini (1598-1680). Outro é a música de Antonio Vivaldi (1678-1741), que empresta a sonoridade de sua antológica “As Quatro Estações” para o espetáculo justamente no ano em que a composição completa três séculos.

Especial também é a proposta do espetáculo, que terá ingressos com valor de meia-entrada para cidadãos italianos, mediante apresentação de passaporte. Especial também é a proposta do espetáculo, que será reapresentado nos dias 3 e 4 de junho no mesmo local e terá ingressos com valor de meia-entrada para cidadãos italianos, mediante apresentação de passaporte.

Tido como multissensorial, o número entrega ao espectador uma experiência vivenciada por meio de audição, visão, olfato e intuição através da integração da música com poesia, teatro e dança, tendo como aliados aromas, luz e imagens. “’O Rapto de Perséfone’ pode ser visto como um concerto em que bailarinos ilustram elementos musicais que dialogam com elementos cenográficos e sensitivos (visão, audição e olfato)”, diz Márcio Cecconello, diretor artístico da orquestra.

Escrito em 2019, “O Rapto de Perséfone” é um episódio da mitologia ocidental que ajuda a compreender as leis que regem os ciclos da natureza – ou o Mito do Renascimento. Perséfone era filha de Zeus, pai da maioria dos deuses, com Deméter, deusa da agricultura. Ela foi raptada por Plutão (Hades na mitologia grega) para ser sua esposa e levada ao submundo. Desesperada com seu sumiço, Deméter promove a desarmonia da natureza e recorre a Zeus para que traga Perséfone de volta. Porém, como ela havia contraído matrimônio com Plutão, Perséfone firma um vínculo eterno com o mundo interior. Zeus, então, propõe um acordo: que a jovem passe metade do ano com sua mãe, e metade com seu marido, e envia Hermes, seu mensageiro, para que traga Perséfone de volta, para promover o renascimento da vida na terra, ou seja, a primavera.

Serviço
O quê: musical sensorial “O Rapto de Perséfone”
Quando: dias 3, às 20h, e 4 de junho, às 18h
Onde: Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n – Centro Histórico), em Porto Alegre
Ingressos: https://theatrosaopedro.rs.gov.br/o
Duração: 60 minutos | Classificação livre