Depois de mais de três horas de discussões sobre demandas e formas de viabilizar melhorias à infraestrutura viária da Serra, do Vale do Rio dos Sinos e do Vale do Taquari, representantes do Fórum de Infraestrutura assinaram, em Bento Gonçalves, uma carta na qual reivindicam “ações imediatas para a melhoria de logística”.
A Carta de Bento compila um plano de concessão envolvendo rodovias federais – as BRs-470 e 448 – e estaduais – as RSs 122, 446 e 453 – cujo conteúdo deve ser definido nos próximos 15 dias, com auxílio de órgãos do Ministério da Infraestrutura e da Secretaria Estadual de Logística e Transportes.
O fórum elegeu como prioritárias as obras de prolongamento de 18,5 quilômetros da BR-448, entre Portão e Sapucaia do Sul, e a conclusão asfáltica dos 43 quilômetros da BR-470 que separam André da Rocha de Lagoa Vermelha, bem como sua duplicação em trechos entre Carlos Barbosa e Bento Gonçalves.
O documento extraído da reunião no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) ainda contemplou melhorias como a duplicação de importantes rodovias da região, a RS-446, entre São Vendelino e Carlos Barbosa, a RS-122, entre São Vendelino e Farroupilha, e a RSC-453, entre Garibaldi e Farroupilha. Preliminarmente, um pedágio seria instalado em São Vendelino.
Ainda, a rodovia Transaçoriana, que liga as cidades de Portão, Capela de Santana e Nova Santa Rita à BR-386, além de acessos a alguns bairros, entraram no documento.
O encontro é tido como histórico pelo número de lideranças envolvidas, incluindo um senador, três deputados federais e quatro estaduais, além de quase 30 prefeitos da região e dezenas de vereadores. O documento reforça o caráter político do encontro e atesta que, a partir dele, ocorrerá “uma ação permanente, integrada e articulada para reivindicar e solucionar nossas legítimas defesas”. Também estiveram no encontro representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Rio Grande do Sul (DNIT-RS), da Empresa de Planejamento e Logística, da Secretaria Nacional de Transportes Terrestres e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem.
Segundo o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), promotor da reunião, as obras só existirão por meio de parcerias público-privadas (PPPs). “O orçamento de transportes para todo Rio Grande do Sul é de menos de R$ 700 milhões. Só a obra da BR-448 seria de cerca de R$ 600 milhões. Só teremos obras com capital privado”, disse.
O prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, também presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior Nordeste (Amesne), disse que o encontro mostrou a união da Serra para resolver questões logísticas. “Seja concedendo malhas a quem tem condição de fazer, seja ampliando polos pedagiados existentes, temos de resolver”, comentou.
Para o presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, é preciso que o modelo de concessão seja honesto, com contratos nos quais as empresas empreendam obras, além de manutenção. “Temos um histórico de pedágios desastrosos, mas temos conhecimento e apontamentos sérios e criteriosos para se chegar a um valor justo. A sociedade está suficientemente madura para entender que não há outra maneira de termos estradas seguras adequadas se não através de concessões”, disse Gialdi.
O Fórum de Infraestrutura foi realizado pelo CIC-BG, pela Associação das Entidades Representativas de Classe Empresarial Gaúcha (CICS SERRA), pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Portão, pela AMESNE e pelo Parlamento Regional, com o apoio da Prefeitura de Bento Gonçalves e da Câmara de Vereadores de Bento Gonçalves.
Fonte: Exata Comunicação / Fotos: Bárbara Salvatti