Foto: Freepik
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No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre uma pesquisa brasileira que mostra que o consumo do abacate favorece a saúde cardiovascular.

A polpa cremosa do fruto do abacateiro concentra substâncias benéficas ao organismo, inclusive o coração. Um estudo recém-publicado na revista científica Clinical Nutrition ESPEN reforça o papel desse alimento como aliado da saúde cardiovascular. Os resultados apontam para uma relação entre o consumo do abacate e a diminuição dos níveis de LDL, o chamado “colesterol ruim”, sobretudo em indivíduos com risco cardiovascular elevado. Há evidências, vindas de outras pesquisas, de que manter o equilíbrio das taxas dessa molécula gordurosa ajuda a resguardar as artérias, diminuindo o risco de males como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

O estudo utilizou um método conhecido como ‘umbrella review’, que traz uma análise de diversas revisões sistemáticas, comentam autores do trabalho. Os estudos avaliados também mostram que, em populações com sobrepeso e diabetes tipo 2, o abacate foi associado à redução da insulina em jejum. O que sugere benefícios metabólicos adicionais. Embora a revisão indique esse potencial do fruto, o artigo menciona limitações, a exemplo da heterogeneidade dos desfechos e das diferentes metodologias aplicadas nos trabalhos.

Mas existem muitos indícios de que os compostos encontrados no fruto apresentam efeitos cardioprotetores. Para começar, ele oferece sais minerais como o potássio e o magnésio, dupla com impacto positivo na regulação da pressão arterial. Também apresenta alto teor de ácidos graxos monoinsaturados, ou seja, de gorduras benéficas, especialmente o ácido oleico, o mesmo tipo que faz a fama do azeite de oliva.

Vale menção aos polifenóis que têm ação antioxidante e anti-inflamatória. Essa junção de componentes melhora a função endotelial, favorecendo a vasodilatação, num mecanismo que blinda as artérias. Outro grupo é o dos fitosteróis, substâncias com estrutura semelhante ao do colesterol, que acabam disputando para entrar nas células intestinais. Esse processo interfere com a absorção da molécula gordurosa, diminuindo os níveis do LDL.

A polpa contém ainda as fibras solúveis que se ligam aos ácidos biliares – compostos envolvidos na digestão das gorduras –, arrastando-os pelas fezes. Com essa eliminação, há uma necessidade do organismo de repor os tais ácidos, resultando também na redução das taxas de colesterol da circulação.

Ainda que apresentem diferentes consistências, tamanhos e cores, os abacates são calóricos, por isso, é importante ir devagar com as porções. Não dá para recomendar uma quantidade, tudo vai depender do perfil, do cotidiano e das atividades de cada pessoa. Para incluir no dia a dia, a sugestão é manter o equilíbrio, respeitando as preferências. Uma opção interessante é amassar o abacate até formar uma pastinha e temperar com sal, pimenta e limão. A preparação fica ótima para incrementar torradas, numa versão conhecida como avocado toast, que faz sucesso mundo afora.

Tem também o guacamole, receita clássica mexicana que leva cebola, tomate, limão, coentro e pimenta. Além de servir como petisco nas tortilhas, pode compor saladas ou acompanhar carnes e pescados.

O fruto aparece ainda em sobremesas, em forma de cremes, sorvetes e até coberturas de tortas. Cabe mencionar a tradicional “vitamina”, que é a receita do abacate batido no liquidificador com leite e açúcar, muito apreciada no Brasil. Versátil, o fruto pode marcar presença desde cedo, no café da manhã, até o jantar, fica ao gosto do consumidor.