Desde 2007, o Instituto Brasileiro de Museus promove a Primavera dos Museus, com o propósito de suscitar reflexões sobre o papel das casas de memórias de serem núcleos geradores de espaços de diálogos, unindo o passado, o presente e o futuro da sociedade. Neste ano, o tema é Mudanças Climáticas que evidencia a emergente e preocupante agenda ambiental. Diariamente, notícias são divulgadas sobre as crises climáticas. O Rio Grande do Sul e Bento Gonçalves, em maio de 2024, sofreram com os desastres naturais, atravessando vidas, patrimônios e culturas, exigindo respostas coletivas e solidárias.
No estado, segundo o Atlas Digital de Desastres no Brasil, o Rio Grande do Sul é o segundo com maior número de registros de desastres naturais nos últimos 30 anos. Somente em maio de 2024, mais de 40 museus foram diretamente impactados, revelando a vulnerabilidade de nossas instituições culturais e a urgência de pensar políticas de prevenção e gestão de riscos.
Nesse contexto, o Museu do Imigrante de Bento Gonçalves, com apoio da Associação Amigos Museu do Imigrante e em parceria com o Ponto de Cultura e Memória Vale dos Vinhedos, os CEUs Oxum e Ogum Beira Mar e Abassé Exu e Pomba Gira do Lodo e Cigana Soraya, convida a comunidade a participar de duas ações especiais.
No dia 24 de setembro, a partir das 19h, no Ponto de Cultura mencionado, terá a roda de conversa sobre o livro “Desastres Naturais no RS e Museus” (SEM/RS), abordando sobre os impactos da crise climática e debatendo estratégias coletivas de prevenção e gestão de riscos.
No dia 27 de setembro, às 13h, será lançado o 11º episódio do podcast “Porão do Museu” – edição especial Primavera dos Museus, com a participação da Mãe Anahí de Oxum, trazendo relatos de solidariedade, cuidado e resistência durante as enchentes de maio de 2024. O podcast poderá ser acessado pelas redes sociais da instituição. No dia 28 de setembro, das 10h às 16h, o Museu do Imigrante estará aberto para visitação, em horário especial.
“A programação une saberes tradicionais, pesquisas, experiências comunitárias e práticas museológicas para pensar os museus como patrimônio estratégico na ação climática. Assim, o papel museológico amplia suas políticas sociais frente às demandas da contemporaneidade”, destaca a museóloga Deise Formolo.
Para o secretário de Cultura, Evandro Soares, o tema Mudanças Climáticas é transversal. “Faz parte da nossa realidade termos espaços de diálogos para debater a crise que se apresenta. Independente da área do saber e do conhecimento, faz-se necessário e urgente termos estratégias e medidas para soluções coletivas e patrimoniais, sejam de foro coletivo, público, ou pessoal. Nosso museu oferece e convida à comunidade para fazer parte das atividades para se engajar e contribuir nessa fase da humanidade para a mudança sistêmica, sustentável”, comenta Evandro.