Em comemoração aos 6 anos de atividades na Zona Norte de Caxias do Sul, a Fluência Casa Hip Hop passa por um processo de repaginação de sua sede, localizada no bairro Santa Fé. Até sexta-feira (22), 12 artistas convidados trabalharão na pintura dos novos graffitis do ponto de cultura. No total, serão utilizadas cerca de 475 latas de tinta para a execução do projeto. A ação integra o projeto Digitais da Periferia.
A casa ficará aberta todos os dias, das 14h às 18h, para que a comunidade possa acompanhar o processo criativo dos artistas convidados. Participam da repaginação nomes do Graffiti do Rio Grande do Sul e Santa Catarina: Bina, Boss, Digo Tibano, Dora, Eti Black, Fada, Hydes, Lisi, Reis, Rieta, Sapo e Wagz.
A inauguração do novo visual será no próximo sábado, dia 23 de agosto, na festa de 6 anos da Fluência Casa Hip Hop. O ponto de cultura ficará aberto à comunidade das 13h às 23h, com batalhas de dança e poesia, cyphers, pocket shows e intervenções artísticas de alunos e professores da casa. Nas batalhas, que serão realizadas das 14h às 18h, haverá premiação em dinheiro em categorias como Hip Hop Freestyle Kids, Breaking Kids, Graffiti Kids, Hip Hop Freestyle Adulto, 2vs2 Breaking Adulto e Graffiti Adulto. Já a programação de shows prevê apresentações de Henrique MC, Dublê, Robson e Vingativas, além dos DJs Hood, Krammer, Rosita e Deff.
O projeto Digitais da Periferia conta com recursos do edital 23/2024 Territórios Criativos. Realização: Programa RS Seguro COMunidade e Secretaria Estadual da Cultura do Rio Grande do Sul. Apoio: Fluência Casa Hip Hop.
Conheça os artistas convidados
:: Bina: nascida em Tupanciretã (RS), Sabrina Brum conheceu o Graffiti em 2000. É mãe, oficineira, arte educadora, artesã, graffiteira e mediadora do Museu Hip Hop RS, residente no bairro Restinga, em Porto Alegre. Foi uma das fundadoras do Coletivo Ação Mulher, cujo intuito é promocer a igualdade de gênero, e do coletivo Gurias do Graffiti, que visa formar novas escritoras urbanas.
:: Boss: artista caxiense no meio do Graffiti há 10 anos, atuando em movimentos voltados à Cultura Hip Hop e como arte educador em projetos socioculturais e escolas. Integrante do coletivo CTGKLAN.
:: Digo Tibano: Rodrigo de Almeira Rasquinha é um artista e empreendedor social negro independente de Santa Cruz do Sul (RS). Fundador do AVU – Ateliê Vivências Urbanas, um espaço físico e cultural de dialéticas periféricas e negras. Foi responsável por difundir a arte do Graffiti junto a escolas, bairros e instituições locais e do Estado.
:: Dora: da periferia de Caxias do Sul, iniciou com aulas de teatro em um espaço comunitário. Posteriormente, focou na pintura em telas, utilizando materiais acessíveis. Em 2021, imersa na Cultura Hip Hop, expandiu seu trabalho para a arte urbana, empregando técnicas como stencil, lambe-lambe e spray para levar sua arte às ruas da cidade. Suas obras abordam temas como a comunidade periférica, a cultura e a vivência LGBT.
:: Eti Black: artista urbano que atua há cerca de 12 anos com Graffiti e movimentos que fomentam a Cultura Hip Hop. Atua como instrutor de arte e cultura, desenvolvendo oficinas em projetos socioculturais com diversos públicos.
:: Fada: integrante do coletivo CTGK, Renata Maciel é artista urbana e graffiteira. Suas vivências pelo Hip Hop começou há 11 anos, através do Breaking. Ao longo de sua trajetória, explorou diferentes estilos, como wild style e throw-up, até consolidar sua identidade artística no piece.
:: Lisi: desde 2015, participa de feiras gráficas e exposições independentes. Suas personagens buscam representar as mulheres, com traços lúdicos que também se conectam com as crianças. Já atuou como arte educadora ministrando oficinas de Graffiti e atualmente cursa Licenciatura em Artes Visuais na UFRGS.
:: Reis: conheceu o Graffiti em 1993, através do skateboard. Residiu por 16 anos no Rio de Janeiro, onde desenvolveu sua experiência como escritor de Graffiti e arte educador nas favela da Rocinha e no Complexo da Maré. Retornou a Porto Alegre e atua em projetos de pesquisa antropológica da Cultura Hip Hop.
:: Rieta: multiartista, atua há mais de 10 anos na cena de arte urbana. Tem seu trabalho voltado à presença das mulheres no Hip Hop, atuando como pesquisadora, palestrante e também professora.
:: Sapo: escritor urbano de Porto Alegre. Busca preservar a tradição do Graffiti, disseminando seu vulgo em throw-ups e pieces que colorem a paisagem das cidades por onde passa, se aventurando também em outras vertentes da arte de rua, como stickers, lambes e mosaicos.
:: Wagz: pesquisador, praticante, artista de expressão visual da Cultura Hip Hop e integrante do grupo Nos Trink Crew. Desde 2003, vem trabalhando com a dança urbana Breaking e Graffiti Art em projetos sociais, workshops, palestras, apresentações, intervenções artísticas, eventos e exposições.
Sobre a Fluência
Fundada em julho de 2019, a Fluência Casa Hip Hop é uma associação cultural sem fins lucrativos que atua na promoção da Cultura Hip Hop por meio de ações que mesclam os quatro elementos do movimento: Breaking, Graffiti, DJ e MC. Sua sede está localizada no bairro Santa Fé, na Zona Norte de Caxias do Sul (RS), espaço periférico que pulsa vida, arte e energia. A palavra “fluência” foi escolhida por caracterizar o espontâneo, aquilo que tem fluidez. Em 2021, a Fluência foi reconhecida como Ponto de Cultura pela Lei Cultura Viva (13.018/2014). Em 2023, recebeu o Prêmio Caxias do Sul, reconhecimento da Câmara de Vereadores pelo trabalho desenvolvido no município. Já em 2024, a associação recebeu o Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional Hip Hop, do Governo Federal.