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Livro “Bento Gonçalves – A Cidade da Gente” conta com a participação de estudantes do município

Foto: Divulgação
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A produção bibliográfica sobre o município de Bento Gonçalves vai ganhar novos capítulos. No primeiro semestre deste ano, foram selecionadas quatro escolas para participar do projeto da Editora Olhares “A Cidade da Gente” com quatro recortes temáticos. Sendo assim, a EMEF Princesa Isabel desenvolveu sobre a história do bairro Vila Nova, das famílias que ali se estabeleceram e sobre a expansão do Distrito Industrial. “Bento Gonçalves – A Cidade da Gente” tem previsão de lançamento em 23 de outubro, durante a programação da 40ª Feira do Livro.

Conectado ao projeto norteador de 2024, de quando o educandário completou 85 anos, os trabalhos tiveram a coordenação das professoras de História, Gilvânia Giordani, de Português, Alessandra Pozzer, e de Artes, Aline Turcatto, envolvendo, em torno de 40 alunos dos oitavos anos, durante os meses de maio, junho e julho de 2025.

“Foi uma evolução para os alunos; de algo simples, se transformou em muitas descobertas, afetos e de vidas. Eles estão adoraram: visitaram os arredores do bairro e tiraram fotos, buscando imagens mais antigas e fazendo uma comparação com a atualidade. Trouxeram a linguagem deles, sendo muito participativos na (re) construção da história”, destaca a diretora Jacqueline Karkaba.

O percurso de construção de saberes iniciou com oficina sobre patrimônio histórico, abordando seu conceito e implementação no Brasil, a legislação, o processo de tombamento, quais edificações estão inventariadas.

“Depois, veio os questionamentos em relação ao bairro: pesquisaram as fontes históricas, tiraram fotografias. O ponto alto: quando chamamos dois moradores antigos para conversar com os alunos, Euclides Fin e Gilmar Paqueto, para compartilhar a memória do local. ‘Aqui em cima tinha parreirais, aqui era o prado de uma família, aqui acampavam os ciganos’, diziam. Os alunos se encantaram com os relatos, pois são testemunhas do processo de uma região de caráter rural e, com a expansão, foi se transformando em cenário urbano”, comenta Gilvânia.

A participação dos alunos traz um olhar de encontros ou reencontros: com as suas histórias de família e sentimento de pertencimento. Uma conexão geracional, onde passado, presente e futuro se mesclam, criando uma narrativa própria em coautoria: travessias pessoais, coletivas e comunitárias. Das vivências para o projeto, tem-se olhares e pensamentos expressos na produção textual e fotográfica, que vão estar presente no livro, trazendo um bairro plural e diversificado. As referências do local surgem, evocando o cotidiano: a escadaria, a parada de ônibus, o bar, o mercadinho, as indústrias, a praça.

Bento Gonçalves tem uma bibliografia com viés acadêmico, de testemunhos, de relatos e de crônicas. “A cidade da gente” uma abordagem conectada ao real, como comenta Gilvânia. “Antes tínhamos trabalhos mais científicos, por dizer assim. Agora, é a vivência real, do que está acontecendo e se constitui como a produção de uma fonte histórica contemporânea: como cade um se vê e se sente neste tempo”, enfatiza.