A Embrapa Uva e Vinho lançou, na primeira quinzena de fevereiro, duas novas cultivares de uva: a BRS Melodia, uva rosada de mesa sem sementes, crocante, com gosto de frutas vermelhas e muito doce e a BRS Bibiana, uva para elaboração de vinho branco, com alto grau de açúcar, resistente a doenças e alta produtividade, chegando a 25 toneladas por hectare.
Ambas cultivares são adaptadas ao clima temperado do Sul do país e demandam menor quantidade de insumos para o controle de doenças quando comparadas a outras cultivares com a mesma finalidade.
Além dessas duas novidades, a Embrapa apresentou as recomendações de cultivo na Serra Gaúcha das cultivares de uva mesa sem sementes BRS Isis e BRS Vitória, que foram desenvolvidas inicialmente para produção em regiões de clima tropical, com destaque para o Vale do São Francisco (PE/BA). Na Serra Gaúcha, a principal recomendação para as três cultivares de mesa, BRS Isis, BRS Vitória e BRS Melodia, é o cultivo sob cobertura plástica.
Para Mauro Zanus, Chefe Geral da Embrapa Uva e Vinho, “esses dois lançamentos da Embrapa estão associados ao estágio de amadurecimento do Programa de Melhoramento Genético da Empresa, que foi constituído há muitos anos com o Banco Ativo de Germoplasma (BAG Uva) (https://www.embrapa.br/uva-e-vinho/banco-ativo-de-germoplasma-de-uva). Hoje nós temos uma coleção de trabalho com as melhores seleções e cultivares que fornecem material para os cruzamentos, atribuindo características interessantes, por exemplo, a resistência às doenças, características do cacho, cor, aroma e sabor das uvas. Dessa forma, conseguimos oferecer de forma permanente novas cultivares para atender as demandas do setor”.
Aproximadamente 120 pessoas, entre viticultores, técnicos e lideranças do Setor estiveram presentes no evento de lançamento da ‘BRS Melodia’ e apresentação do manejo para a Serra Gaúcha da ‘BRS Vitória’ e ‘BRS Isis’, quando puderam conhecer os resultados das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa em Bento Gonçalves. Umberto Camargo, pesquisador aposentado da Embrapa e responsável pela criação do Programa de Melhoramento Genético Uvas do Brasil, destacou a importância de divulgar, junto com os lançamentos, as recomendações de cultivo, pois, segundo ele: “eu já vi produtores implantarem áreas de BRS Vitória e, no segundo ano de cultivo, decidirem eliminar o vinhedo. Atribuo isso principalmente à falta de conhecimento do manejo da nova cultivar, que é muito boa mas, se for mal manejada, poderá ser considerada como uma variedade sem qualidade ou com defeitos graves”.
Fonte: Assessoria de Imprensa / Foto: Reprodução Internet