Foto: Aretha@/Evento Literário/Crédito Leo Zanini

O hip hop surgiu como um espaço de resistência e expressão para comunidades marginalizadas, e as mulheres sempre desempenharam um papel fundamental na construção desse movimento. Cindy Campbell, ao organizar a histórica festa de 11 de agosto de 1973 no Bronx, não apenas viabilizou o evento que marcou o nascimento do hip hop, mas também exemplificou a importância das mulheres nesse contexto.

No próximo sábado, 08 de março, o Museu da Cultura Hip Hop RS – primeiro da América Latina – inaugura uma nova exposição. “Hip Hop das Manas” celebra a importância da voz feminina na história do movimento. Um total de 120 itens doados por gaúchas dão vida ao acervo que reforça a narrativa de MCs, DJs, b-girls, produtoras e artistas visuais do Rio Grande do Sul.

A entrada é gratuita, de terça a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h. O Museu da Cultura Hip Hop do RS tem financiamento da Lei Rouanet, patrocínio master da Petrobras e patrocínio do Instituto Neoenergia e Budweiser Zero. Realização do Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.

Não é de hoje que as mulheres enfrentam inúmeros desafios para se firmarem como protagonistas do movimento, lidando com um cenário predominantemente masculino, marcado pelo machismo estrutural. No entanto, elas não apenas conquistaram seu espaço, mas também redefiniram as narrativas e estruturas do hip hop, mostrando que sua presença é essencial para o fortalecimento e a evolução dessa cultura.

Aretha Ramos, coordenadora do Museu da Cultura Hip Hop RS, que lidera um time formado por 57,14% de mulheres, explica que “Hip Hop das Manas” chega ao museu exatamente para que todas as hip hopers mulheres sejam lembradas por seu protagonismo. “Nós enfrentamos muitos desafios, a falta de segurança nos espaços culturais, o combate a estereótipos de gênero e a escassez de financiamento para projetos liderados por mulheres. Mesmo assim, continuamos a escrever nossas histórias, inovando e criando redes de apoio entre nós. A luta por reconhecimento e igualdade não é apenas por espaço, mas por respeito e oportunidades equivalentes aos homens dentro do movimento”, afirma Aretha, que ainda lembra que o protagonismo feminino do hip hop gaúcho é uma conquista coletiva.

“Assim como Cindy Campbell foi essencial para o nascimento do movimento, as mulheres do Rio Grande do Sul seguem sendo pilares fundamentais para sua evolução, garantindo que o hip hop continue sendo um espaço inclusivo, democrático e representativo de todas as vozes. Sua contribuição não só fortalece a cena local, mas também amplia as possibilidades de um hip hop mais plural e transformador, reafirmando a importância da presença feminina para o futuro do movimento”, conclui Aretha Ramos, que também é reconhecida por ser idealizadora da Batalha do Mercado e sua atuação na Associação da Cultura Hip Hop de Esteio.

Como visitar o Museu da Cultura Hip Hop RS?
Localizado na Rua Parque dos Nativos 545, Vila Ipiranga, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o Museu fica aberto para visitação de terça-feira à sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Neste período, é possível optar por visitas agendadas ou livres.

As visitas agendadas acontecem duas vezes ao dia, às 9h e às 14h, sendo destinadas a grupos de até 50 pessoas. Para marcar uma visita basta acessar o formulário de agendamento – clique aqui. Toda visita agendada é guiada por mediadores que conduzem o grupo com explicações sobre as mostras em cartaz.

As visitas livres são abertas ao público, não sendo obrigatório agendamento. Nesta modalidade, caso o interessado deseje ser guiado pelos mediadores, basta chegar ao Museu no horário em que se iniciam as visitas agendadas para participar junto ao grupo do dia. Mais informações sobre programação através das redes oficiais do Museu da Cultura Hip Hop RS.

Sobre o Museu da Cultura Hip Hop RS
Inaugurado no ano do cinquentenário do hip hop no mundo, o Museu da Cultura Hip Hop RS é o primeiro na América Latina dedicado ao movimento. Com um espaço de quatro mil metros quadrados, o Museu é uma iniciativa coletiva da Associação da Cultura Hip Hop de Esteio, e objetiva o fortalecimento de outros estados brasileiros para criação de museus, organizando uma rede capaz de construir o Museu Brasileiro da Cultura Hip Hop nos próximos cinco anos. O complexo reúne cerca de seis mil itens de acervo físico e digital sobre a história do hip hop gaúcho. Inspirado no The Universal Hip Hop Museum nos Estados Unidos, conta com salas expositivas, atelier de oficinas, café, loja, estufa agroecológica, biblioteca, estúdio musical, multipalco e a Quadra Petrobras. O Museu da Cultura Hip Hop do RS tem financiamento da Lei Rouanet, patrocínio master da Petrobras e patrocínio do Instituto Neoenergia e Budweiser Zero. Realização do Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.