Foto: Proponente do projeto, Neiva Morello Michelin, e a produtora cultural Eunice Pigozzo/Divulgação

Depois de ter passado pela Praça CEU, pelo Centro Cultural Tuiuty e pela Feira do Livro de Bento Gonçalves, agora é a vez do Museu do Imigrante abrir suas portas para receber a exposição itinerante do Projeto Memórias Bordadas. Aberta ao público, a mostra inicia na próxima quarta-feira, dia 6 de novembro, e segue até 27 de novembro, com visitação de terças a sábados.

A produção coletiva resultou em 12 estandartes bordados. Além disso, um livro único coletivo com 60 trabalhos autorais, cinco bordados de cada uma das mulheres, completa a exposição, acompanhada por um vídeo que narra a trajetória de cada bordadeira no projeto.

Ao término da exposição, o Livro do Bordado será entregue ao Museu do Imigrante, entidade responsável pela salvaguarda da memória material e imaterial da cidade e os estandartes devolvidos às suas criadoras. Quem quiser conhecer de perto as bordadeiras deve participar da abertura da exposição no dia 6 de novembro, às 15h, no Museu. Serão 22 dias de visitação, de terças a sextas, das 8h às 17h e aos sábados, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Entendendo o projeto

A cada encontro, novas reflexões a partir das leituras trouxeram à tona memórias significativas para cada uma delas, que foram compartilhadas numa roda de conversa enquanto faziam o trabalho manual. Selecionadas entre 30 inscritas, estas mulheres, com idades entre 23 e 70 anos, têm diferentes ocupações, o que gerou uma troca ainda mais rica em torno das experiências que cada uma tinha a compartilhar. Tem professora, secretária, higienizadora, cuidadoras de idosos, aposentadas e donas de casa. São mulheres com neuro divergência, necessidades especiais, de diferentes raças, religiões e idades. Nem todas são de Bento Gonçalves, com procedências de outras cidades gaúchas como Nova Prata e Santa Rosa, além do estado do Pará e até do Haiti.

Cada mulher recebeu um exemplar de cada livro selecionado para a contação de histórias. Ao todo, foram utilizadas seis obras literárias, totalizando 107 exemplares. O registro de cada encontro e das memórias que o processo despertou foi tecido socialmente, através das linhas e agulhas em uma prosa de afeto. Como resultado, a exposição Memórias Bordadas.

A proponente do projeto é a Neiva Morello Michelin, que também foi mediadora literária e instrutora de bordado. A equipe conta, ainda, com a participação da produtora cultural Eunice Pigozzo, da bordadeira Deise Ceccagno e da assistente de produção Daíze Correa Figueredo. O projeto foi financiado pelo Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves. As ações estão sendo compartilhadas pelo Instagram @projetomemoriasbordadas.

AS BORDADEIRAS E SEUS ESTANDARTES

  • Adrielle Carmargo Bedin e Eloísa de F. Camargo – Meu refúgio
  • Alvina Camerini Gargioni – A minha vida
  • Angela Maria de Toni Bissolotti – Memórias EntreLaçadas
  • Cardinale Amador de Miranda – Uma nova conquista
  • Cleusa Maria dos Santos – A caminho da escola
  • Ertha Vilna Felisma – A minha Pátria
  • Iludi Civardi de Lima – Amor de vó
  • Inês de Fátima dos Santos – Meus pequenos corações
  • Lurdes Cys – Minha juventude
  • Marivane Cenci – Equilíbrio. Feito à mão e com o coração
  • Roseli Martins – Damília. Onde a vida começa
  • Wandirlei Terezinha Machado Charão – Amor pelo meu chão e minha gente