Foto por gabriel bicho

Até o dia 18 de agosto, a Sala de Exposições do Centro Municipal De Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho,em Caxias do Sul, recebe mais um projeto selecionado pela convocatória de arte – ocupação da sala de exposições 2024.

A exposição de gabriel bicho, “desvio para o norte” propõe um deslocamento do eixo narrativo a partir do norte do Brasil, através do trabalho do artista multimídia rondoniense. na última década, bicho tem utilizado técnicas diversas, incluindo fotografia, vídeo, arte digital, instalação, happening, impressão, lambe- lambe, intervenções públicas e produções coletivas para abordar conflitos socioambientais e ponderar sobre futuros possíveis na Amazônia legal e para além dela, bem como práticas expográficas alternativas (vide projeto muluca) como forma de representar narrativas pessoais e coletivas marginalizadas.

A exposição exibirá uma fotografia da série “não” (2015), recuperando a memória recente da grande enchente do rio Madeira que ocorreu em 2014 na cidade de Porto Velho. Resultado de um progressivo processo de erosão das margens do rio, desencadeado por intervenções predatórias no ciclo fluvial, como a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio e a instalação das redes hidroviárias para o escoamento de soja, a enchente impactou sobretudo regiões próximas às margens do rio e a população ribeirinha, além de atingir bairros do centro da cidade.

Na obra, gabriel bicho busca as marcas da intrusão do rio madeira nas habitações ribeirinhas nos signos gráficos inscritos sobre as fachadas, evocando a questão da perda do lugar, um tema incontornável diante da urgência do desequilíbrio climático antropogênico. A série associa poética à política e ética ecológica, indicando a marca da desigualdade dos impactos de desastres ambientais no território. Em “sempre tem uns restinhos” (2016), bicho revisita este episódio traumático, combinando texto e fotografia, e indagando sobre a possibilidade de restauração do equilíbrio sócio-ecológico de cooperação vital entre as populações humanas e o rio.

Além da exposição, no dia 20 de julho, às 15h, vai acontecer o encontro “desenhando como as árvores” com o artista. A oficina “desenhando como as árvores” propõe, a partir de uma breve conversa e visita mediada pela exposição, maneiras livres de produzir e pensar as múltiplas possibilidades de desenho enquanto prática de expressão e reflexão sobre a importância da floresta amazônica nos tempos contemporâneos; baseado no pensamento de amílcar de castro, o “erro” será aceito em todas as obras (desenhos) produzidos, desse modo, isentamos e desmistificamos a ideia e o discurso que muitos dizem ou pensam sobre “não saber desenhar”. As vagas são limitadas, direcionadas para crianças e adolescentes.

Interessados devem se inscrever até o dia 18 de julho via UAV DIGITAL.

No dia 14 de agosto também acontecerá a conversa “arte e ativismo na Amazônia legal: percursos e questões” que será direcionada para o programa educativo UAV. A atividade acontece às 20h, de maneira virtual e as inscrições podem ser feitas via UAV DIGITAL.

A exposição tem classificação indicativa livre e poderá ser visitada até o dia 18 de agosto. A visitação é gratuita e pode acontecer nos seguintes horários: segundas, das 9h às 16h; terças a sextas, das 9h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 22h

Serviço
Exposição “desvio para o norte”, de gabriel bicho
Período: 19 de julho a 18 de agosto.
Local: Sala de Exposições do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho
Visitação: segundas, das 9h às 16h; terças a sextas, das 9h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 22h.
Visitação gratuita, presencial e online.