Foto: Arquivo Pessoal

Morreu nesta quinta-feira (13), aos 80 anos, o músico Gilberto Valduga, um dos mais notáveis talentos do cenário cultural de Bento Gonçalves. Conhecido carinhosamente como Beto Valduga, deixa um legado inesquecível para a história da música local, especialmente pela trajetória de décadas em conjuntos de baile que percorreram o país.

Trajetória

A trajetória musical de Beto Valduga começou em 1958 quando, influenciado pelo fervilhante cenário musical da época, se uniu a Fausto Michelin, Aristides Bertuol Filho e Mário Ferrari para formar o ‘Gilberto Valduga e Seu Conjunto’. O grupo se destacava ao mesclar o repertório de Pedrinho com o emergente rock’n roll, realizando apresentações na boate do Clube Aliança e em festas particulares.

Pouco tempo depois, a dissolução do Conjunto do Plínio levou Daltro de Abreu a convidar Gilberto e Fausto para formar o Conjunto Arpége. Este novo grupo se tornaria um dos mais influentes na animação de bailes no Estado, mas se separaria em 1963. Posteriormente, Valduga, junto a Joênio De Fáveri, Pedro Biasus e Renato Gabriel, formou o I Satelitti, cuja breve existência incluiu uma memorável apresentação no Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre.

Mesmo com o fim dos grupos, Gilberto não parou. Participou do Conjunto do Pedrinho e, por seis meses, integrou o Nelson e Seu Sexteto, de Porto Alegre. Em abril de 1964, a fusão dos músicos do Arpége e do Miramar deu origem ao Arpége Show. Com esta nova formação, Gilberto (guitarra e voz) e seus colegas conquistaram notoriedade, animando os principais bailes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e acompanhando a evolução musical global.

Após o encerramento do Conjunto Arpége, Valduga seguiu carreira solo, realizando apresentações em festas dos principais clubes do Estado e se apresentando no Uruguai, na Itália e em Portugal. Sua voz e presença de palco o consagraram como um dos melhores cantores do interior gaúcho por muitos anos.

Depoimentos

Amigos e colegas lamentam profundamente sua perda. Fausto Michelin, seu parceiro de longa data, declarou: “Beto era mais que um músico excepcional; ele era a alma das nossas noites, um verdadeiro amigo.” Joênio De Fáveri, outro parceiro musical, acrescentou: “Ele sempre será lembrado pelo talento e pela paixão que colocava em cada nota.”