Escândalo no Guinness: cão mais velho do mundo pode ser fraude

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O mastim português Bobi teria vivido quase 31 anos e meio; veterinários contestam a idade e dizem ser biologicamente impossível.

O Guinness World Records acaba de retirar temporariamente o título de “cachorro mais velho do mundo” do fofíssimo Bobi, um mastim português que teria chegado aos 31 anos e 165 dias.

A decisão foi anunciada na última terça-feira (16), segundo informa o jornal britânico The Guardian.

O reconhecimento oficial havia sido dado em fevereiro do ano passado, mas, após uma série de denúncias e questionamentos, a organização do prêmio decidiu abrir uma investigação sobre o caso.

Bobi e a premiação:

Morre em Portugal o cachorro mais velho do mundo | VEJA

Em se confirmando a fraude, Bobi vai perder o título, que retornaria para Spike, um chihuahua de 23 anos que mora em Ohio, Estados Unidos

Veja foto do Spike:

Chihuahua dos EUA de 23 anos bate recorde e é cão mais velho do mundo

Veterinários duvidam da idade

  • Os especialistas afirmam que o caso de Bobi não tem como ser possível.
  • Fazendo a conversão para a idade humana, seria como se o cãozinho tivesse vivido 217 anos!!!
  • A tecnologia, Medicina e Veterinária atual não conseguem sustentar uma vida por tanto tempo.
  • O veterinário Danny Chambers, do Royal College of Veterinary Surgeons, disse ao jornal The Guardian que nenhum de seus colegas acreditava que o cão pudesse ser tão velho.
  • Argumenta que Bobi não apresenta, pelas fotos, características de um cachorro idoso.
  • Além disso, ele está até um pouco acima do peso, tornando ainda mais improvável que ele vivesse mais que os 14 anos estimados para a sua raça.
  • No fórum de internet Reddit, algumas postagens questionaram se um cachorro poderia viver tanto tempo.
  • Em dos tópicos, usuários disseram ter encontrado provas da fraude: fotos anteriores de um Bobi com patas brancas e não marrons. Ou seja, o cachorro teria sido substituído.

Outra linha de investigação

O site Wired fez uma investigação própria que também apontou para a existência de fraude.

Para ter seu registro aceito pelo Guinness, a entidade levou em consideração um certificado dado pela chamada SIAC, uma base de dados para pets do governo português gerenciada pelo Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários.

Até aí tudo bem.

Só que o Wired foi atrás da SIAC e questionou os métodos que levaram a entidade a aceitar o status.

A resposta foi assustadora: “o dono do animal declarou que ele tinha nascido em 1992, mas não temos registro ou dados que possam confirmar ou negar esta afirmação.”

Ou seja, a SIAC não fez teste nenhum, acreditou apenas na palavra do dono…

Lembrando que o Guinness World Records conduz agora uma investigação própria.

Mais sobre Bobi

  • Independentemente de ser ou não uma fraude, fato é que o Bobi é fofo e ponto final.
  • Bobi é um cachorro da raça Rafeiro do Alentejo, conhecida também como mastim português.
  • Ele viveu a vida toda numa casa em Conqueiros, um vilarejo perto da cidade de Leiria, cerca de 150 quilômetros da capital de Portugal, Lisboa;
  • Tradicionalmente, a raça é utilizada pelos pastores como guardião de rebanhos.
  • Os donos de Bobi são identificados como membros da família Costa.
  • Segundo eles, Bobi teve uma vida pacata, passou a infância com gatos e tinha uma dieta balanceada à base de carne e peixe.
  • Ele pesava mais de 29 quilos.

Fonte: IFL Science.