No Viva com Saúde de hoje vamos falar sobre a importância da prevenção ao suicídio fora do mês de setembro.

Como é comum com diversas condições de saúde, a prevenção ao suicídio recebe atenção especial durante o mês de setembro, quando associações, gestores, órgãos governamentais e hospitais fazem campanha para o Setembro Amarelo. Mas é importante pensar na prevenção ao suicídio além do mês de conscientização.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 700 mil pessoas morrem a cada ano por suicídio, sendo 77% dos casos em países de renda baixa e média. Mas estas mortes, em grande parte, podem ser evitadas.

Segundo as diretrizes da própria entidade, a prevenção pode ocorrer limitando o acesso aos meios de autoagressão ou suicídio (como pesticidas, venenos e armas de fogo), com políticas de saúde mental e redução do álcool e com a cobertura responsável da mídia sobre o suicídio. No caso dos jovens, onde o suicídio figura como a quarta causa de mortalidade no mundo, é importante dialogar e tentar compreender o sofrimento daquela pessoa.

Muitas vezes, antes de iniciar a autoagressão ou a ideação suicida, surgem sinais de problemas relacionados à saúde mental, como nervosismo, depressão, falta de vontade de encontrar amigos e familiares, falta de interesse em atividades que antes gostava, abuso de substâncias (lícitas ou ilícitas), etc.

Nos últimos anos, cresceu o número de crianças e adolescentes que cometeram suicídio no país. Esse problema não é isolado das famílias das vítimas —ele é um problema de saúde pública e, para tal, precisa de políticas direcionadas.

A rede de assistência psicossocial aos jovens é insuficiente. Para a população que é totalmente dependente do SUS (Sistema Único de Saúde), a falta de centros especializados e de profissionais que possam aliviar o sofrimento psíquico é um problema grave.

Por isso, é fundamental que o Ministério da Saúde estabeleça um plano para não só melhorar o atendimento nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) como também dispor de recursos contínuos para ampliação da rede e dos profissionais que nela atendem.

Além disso, são muitos os problemas sociais que podem agravar a condição de saúde mental dos jovens. Falta de perspectiva futura, desemprego, condições de vulnerabilidade social e discriminação (racial, de gênero ou social) são fatores que podem desencadear transtornos mentais, levando à depressão e, possivelmente, à autoagressão e ao suicídio.

E importante falar sobre o suicídio, de maneira ética, consciente e responsável.