A alergia ao amendoim pode ser vencida com um tratamento que aos poucos aumenta a tolerância, segundo um estudo publicado no jornal científico New England Journal of Medicine.
A pesquisa foi feita com 500 crianças e jovens alérgicos dos EUA e da Europa. Os voluntários, de 4 a 17 anos, não conseguiam tolerar a presença de nem 1/10 de um amendoim na comida.
Mas depois de tomar doses milimétricas durante um ano, dois terços deles passaram a tolerar pelo menos dois amendoins inteiros.
Durante o estudo, os participantes foram divididos em grupos que recebiam cápsulas com proteína de amendoim ou placebo. A quantidade foi gradualmente sendo aumentada para causar tolerância.
A britânica Emily Pratt, de seis anos, disse ao programa Today, da BBC, que o tratamento fez uma grande diferença. “Eu não podia comer bolos de aniversário, agora posso”, disse a garotinha.
Emily agora pode comer até sete amendoins por vez, o que significa que pode consumir com segurança alimentos que contêm traços do grão.
A mãe de Emily, Sophie Pratt, diz que a alergia da filha hava sido uma causa permanente de estresse.
“Ficamos muito chocados ao ver como há traços de amendoim e castanhas em todo tipo de comida, especialmente nas que são muito consumidas na infância – bolos, biscoitos e sorvetes”, diz ela.
“Tínhamos de estudar atentamente todos os rótulos de comida para garantir que a alimentação dela era completamente livre de amendoins.”
Segundo ela, a alergia da filha era tão grave que mesmo uma pequena quantidade poderia levar a uma reação muito séria. “O impacto em nossa família era enorme”, conta Sophie.
O professor George du Toit, pesquisador chefe do estudo, disse que os resultados são muito promissores e sugeriu que, com o esse tipo de tratamento, será possível proteger crianças e adultos alérgicos a amendoim de exposição acidental.
“A alergia ao amendoim é extremamente difícil de lidar para as crianças e suas famílias, já que eles precisa seguir uma dieta estritamente livre de qualquer traço dele”, afirma Toit.
“As famílias vivem com medo de exposição acidental, porque as reações alérgicas podem ser muitos severas e até mesmo levar à morte”, explica o pesquisador.
Fonte: Metro / Foto: Reprodução Internet