Exemplar de espécie ameaçada de extinção no Brasil, o gato-maracajá (Leopardus wiedii) acolhido pela Universidade de Caxias do Sul, que passou por tratamento na estrutura e com o atendimento das equipes do Jardim Zoológico do Instituto Hospitalar Veterinário (IHVET) da Instituição, foi reintroduzido na natureza na quinta-feira, 1º de dezembro.
A soltura, no interior da cidade de São Marcos, contou com a presença de integrantes das equipes da Universidade de Caxias do Sul e da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). O médico veterinário, responsável técnico pelo Zoológico da UCS, Gabriel Guerreiro Fiamenghi, conta que, após o período de cuidados, o animal alcançou plena condições de soltura – em idade juvenil, é capaz de se manter no habitat natural. “Com característica agressividade e de difícil manejo, reproduz o comportamento ideal para um animal que será reintroduzido à natureza”, explica.
Resgatado por munícipes em propriedade rural de São Marcos e encaminhado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura – SEMA/RS, o animal chegou à Universidade no dia 7 de novembro. Extremamente debilitado, anêmico e com alta carga parasitária, foi submetido a tratamento emergencial com estabilização, fornecimento de fluidos, progredindo para alimentação pastosa e, posteriormente, de alimentos sólidos. O tratamento antiparasitário também surtiu efeito, resultado comprovado por exames, entre os realizados nos Laboratórios de Patologia Clínica e Parasitologia do IHVET. Nas análises, o animal testou negativo para FIV e Felv.
Gato-maracajá
A espécie é encontrada em quase todo o Brasil, sobretudo na Amazônia e na Mata Atlântica, entretanto, com pequena população. Na lista dos animais em extinção no Brasil, é colocada em risco a partir de caça e derrubada ou fragmentação de seu habitat natural – seu ambiente preferido são as matas densas. Na natureza, alimenta-se de ratos e aves de pequeno e médio porte, frutas e sementes.