A construção de um futuro próspero e sustentável para os negócios ganhou elementos importantes com as reflexões propostas pelo 2º Fórum Comércio & Serviços em Transformação, encontro de qualificação que reuniu cerca de 180 pessoas no dia 17 de maio para acompanhar a programação que reuniu nomes e temas referenciais para o varejo. Ao todo, cinco painéis preencheram a agenda com importantes trocas de experiências e transferência de conhecimento.
O primeiro deles trouxe ao palco a empresária Maria de Lourdes Anselmi, fundadora e proprietária da Malharia Anselmi, de Farroupilha. Em um bate papo conduzido pela 2ª vice-presidente para Assuntos do Comércio do CIC-BG, Helenir Bedin, a empreendedora segurou as lágrimas ao contar sua história de vida e como foram os primeiros passos na construção do negócio que hoje conta com mais de 600 colaboradores e tem instalações com 14 mil metros quadrados em Farroupilha.
“Se tivesse que começar hoje, faria tudo novamente, iria repetir a receita, porque deu certo”, garantiu. O sucesso foi construído às custas de uma fórmula muito simples: trabalho, seriedade e empatia. “Muitas empresas são criadas e tem vida curta porque as pessoas pegam o primeiro dinheiro que sobra e investem em carro do ano, casa na praia, trocam de apartamento. Na Anselmi, demoramos muitos anos para nos beneficiar dos lucros. Quase todo o dinheiro do faturamento era reinvestido em novas máquinas e equipamentos, criação de novos produtos, sempre com a intenção de melhorar e expandir. É muito importante que as pessoas saibam que, quando começam uma nova empresa, é necessário reinvestir até adquirir a estabilidade necessária”, aconselhou.
Mundo pós pandemia
Lucas Schifino, Gerente de Relações Governamentais da Fecomércio RS, propôs uma análise do momento quase pós Covid-19. “Do ponto de vista econômico, o empresariado já pode falar em pós-pandemia. Fazia sete anos que não tínhamos uma produção de bens tão aquecida e com tanta prestação de serviços no país. Isso é uma retomada muito boa, apesar de este crescimento mais rápido gerar algumas dores”, alertou. Uma delas é a inflação. Outra são os gargalos de produção, tanto para importação quanto exportação. “Quanta coisa a gente teve que parar por causa da pandemia, principalmente a produção, e a retomada do que deixamos de produzir e ganhar não acontece de uma hora para outra. Para que isso aconteça é preciso repor trabalhadores, conhecimento e insumos, entre outras situações”, disse.
Há um movimento mundial para descobrir formas de acelerar as estratégias de crescimento que deveriam acontecer ao longo de 15 anos, tendência observada em sua visita à NRF 2022, em Nova Iorque, maior feira varejista do mundo. “Isso passa pela tecnologia, sempre com a finalidade de beneficiar o consumidor por meio da agilidade no processo de compra e venda, com segurança e de forma que atenda às necessidades das pessoas. Os empresários precisam estar preparados para estes novos tempos”.
Metaverso vem aí
O gerente de Tecnologia Educacional do SESC-RS, Giancarlo Silva Giacomelli, trouxe o tema Metaverso e Web 3.0 para a realidade dos profissionais, lembrando a evolução das ferramentas de comunicação virtual e relacionamento da internet, viabilizada pelo aumento da capacidade de processamento e transmissão de dados por meio da rede mundial de computadores. “A realidade do metaverso ainda está em estágio embrionário, mas já tem várias aplicações no mundo real, facilitando a realização de web-conferências, compartilhamento de salas de trabalho (workrooms) e até a prática de atividades físicas”, exemplificou. Essa proposta fará ainda mais sentido ainda quando um número maior de pessoas estiveram em compartilhando espaços no ambiente virtual. “O metaverso vai impactar profundamente as áreas de turismo, publicidade, educação e saúde, que precisarão se reinventar quase em sua totalidade”, prevê o educador.
Como construir uma marca
Marcas são construídas na mente das pessoas por meio dos serviços que prestam e, também, pela forma que pensam e comunicam sua missão, visão e valores. Cada vez mais a questão social, ambiental e a humanização das relações entre empresa e consumidores fazem parte do processo de construção de uma marca ao ponto de determinarem a decisão de compra, disse Tati Alves, consultora de modas com experiência em jornadas criativas no varejo e indústria. “Não basta dizer, é preciso fazer. Ser competente, ter transparência e mostrar honestidade faz uma marca ter mais força no mercado”, disse. Seu painel contou com a presença de duas convidadas: Janete Greggio, criadora e proprietária da Janebeauty Centro Estético, e Luísa Cobalchini Damasio, da Artelana, comentando sobre a importância do bom atendimento, da qualidade do produto e honestidade.
Negócios online
Sérgio Pereira, especialista em varejo físico e on-line, apresentou a evolução dos aplicativos de negócios via internet no mundo e trouxe o case da China para dimensionar a potencialidade desse nicho. “Em menos de 15 anos o volume de vendas, em um país que não aceita dinheiro físico e tem restrições ao cartão de crédito, cresceu mais de 100 vezes em relação ao mercado dos Estados Unidos. Isso não se dá em determinadas áreas da economia, é geral, e a tendência do que está acontecendo na China é se espalhar para o mundo todo”, anunciou. Ele também falou sobre a loja do futuro, centrada no cliente, com captação e ativação de novos consumidores. “Não será o cliente que irá à loja, mas o contrário. O futuro é da tecnologia, principalmente nas vendas do varejo, não há como escapar disso. Quem não se preparar não vai sobreviver”, sentenciou.
Trabalho colaborativo na promoção do Fórum
A segunda edição do Fórum Comércio & Serviços em Transformação consagra a parceria estabelecida entre as três entidades promotoras do encontro: Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG) e Sindicato dos Lojistas do Rio Grande do Sul (Sindilojas RS Regional Bento). “Quando trabalhamos de forma unida os resultados aparecem de forma muito mais consistente. Esse evento é uma realização conjunta de três entidades fortes, autônomas e independentes que entenderam a importância do trabalho colaborativo e escolheram atuar em conjunto para realizar um evento muito mais relevante para os profissionais de todos os setores”, disse a presidente do CIC-BG, Marijane Paese, em nome do grupo promotor.
Fonte: Exata Comunicação / Foto: Divulgação