Quando se fala em filme de zumbis, a primeira coisa que vem à mente são figuras de pessoas mortas, com os braços levantados para a frente, caminhando devagar, jogando o corpo de um lado para o outro… Mas eles não têm nada a ver com isso em “Army of the dead: Invasão a Las Vegas”. No filme, estreia de hoje da Netflix, os monstros são ainda mais assustadores, alguns musculosos, e todos extremamente ágeis e bem organizados. Há até um tigre zumbi.
— Eu queria que os zumbis evoluíssem, que estivessem no caminho para se tornar outra coisa, que não ficassem estagnados como os zumbis que estamos acostumados a ver. Era uma forma de modernizá-los, mas mantendo as características — pontua Zack Snyder, diretor e um dos roteiristas do longa-metragem.
Na história repleta de ação, há ainda uma hierarquia entre os mortos-vivos, que são divididos em dois tipos: os alfas e os trôpegos.
— Os alfas são rápidos, pensam, são capazes de receber ordens. São como uma matilha de lobos. Não dá para argumentar nem conversar, eles cercam a presa, são bons de briga e de caça — completa o diretor, que teve a ideia depois de filmar “Madrugada dos mortos”, em 2004, e mais recentemente assinou filmes de heróis dos quadrinhos, como “Liga da Justiça”, “Batman vs Superman: A origem”, além de “O Homem de Aço”.
Em “Army of the dead”, que significa exército de mortos, o protagonista Scott Ward, vivido pelo ator Dave Bautista, recebe uma proposta de um dono de um cassino de Las Vegas. Com a cidade tomada pelos zumbis e cercada por muros, ele pede que o herói resgate 200 milhões de dólares em um cofre. Mas Scott só tem 32 horas, já que o governo vai bombardear o local depois desse prazo. Ele, então, monta sua equipe e segue para a missão.
— Quando vou a Las Vegas (cidade lembrada por seus cassinos e pelo clima de diversão), às vezes sinto que me transformei em zumbi. Da mesma forma que Romero (o diretor George A. Romero, referência no gênero e que, entre ou sucessos, fez “A noite dos mortos-vivos)usou os shoppings como metáfora para dizer que os consumidores estavam se tornando zumbis. A ideia desses filmes é sempre a mesma: no fim das contas, os humanos são piores do que os zumbis — conclui Zack, lembrando ainda que esse universo criado por ele vai se expandir para a futura série de animação “Army of the dead: Lost Vegas”.
Curiosidades sobre a produção:
Preparo da trama
Idealizador da história, Zack Snyder escreveu a primeira versão do roteiro há dez anos.
Onde está Zack?
Zack não faz uma participação especial, mas os fãs mais atentos podem ver o diretor em duas cenas no início do filme. Quando a equipe de controle de qualidade identificou que ele apareceu sem querer, a resposta de Zack foi: “Vamos manter”.
Referências
Entre os filmes usados como inspiração para este lançamento estão “Fuga de Nova York”, “Aliens”, “O resgate”, “A Coisa” e “O Planeta dos Macacos”.
A arte imita a vida
Os campos de refugiados que aparecem no longa tiveram como inspiração o debate em relação ao muro entre EUA e México, projeto dos ex-presidente estadunidense Donald Trump. A ideia é discutir o significado das fronteiras.
Continuação
Para a série que sucederá a história, o diretor aponta que, já neste filme, há seres que claramente não são zumbis. Ele dá a entender que podem ser robôs colocados pelo governo para monitorar os zumbis. Será?
Fonte: ExtraGlobo / Foto: Reprodução Internet