O cantor Belo se manifestou em suas redes sociais após ser preso, na quarta-feira (17), por ter realizado um show no Parque União, Zona Norte do Rio, no sábado, dia 13. O evento contrariou as proibições impostas devido à pandemia de Covid-19. Em um longo texto, assinado por ele, sua família e equipe, o artista pediu desculpas pelo ocorrido e justificou o show devido à necessidade de pagar as contas.
“Belo teve a saúde acometida há três meses e a agenda cancelada integralmente há um ano. Ciente da gravidade da crise sanitária, Belo pede desculpas por ter se apresentado em uma aglomeração. O cantor retomou há pouco uma agenda parcial de shows, com compromissos ainda insuficientes para reverter o prejuízo dos meses em que esteve impedido de trabalhar”, dizia a nota publicada no Instagram do marido de Gracyanne Barbosa na noite desta quarta-feira.
Nota à imprensa:
“O cantor Belo, sua família e equipe estão surpresos e consternados com o mandado de prisão preventiva cumprido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na quarta-feira, 17, no âmbito da investigação sobre a apresentação do músico em evento no último sábado, 13, no Complexo da Maré, Zona Norte da capital fluminense. O show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold, conforme comprovam notas fiscais e outros documentos já entregues às autoridades.
O espanto se dá em razão da prisão ter ocorrido mesmo após parecer contrário do Ministério Público (MP) e também da falta de isonomia quando se trata de apresentações artísticas durante a pandemia da Covid-19, pela qual Belo teve a saúde acometida há três meses e a agenda cancelada integralmente há um ano.
Ciente da gravidade da crise sanitária, Belo pede desculpas por ter se apresentado em uma aglomeração. O cantor retomou há pouco uma agenda parcial de shows, com compromissos ainda insuficientes para reverter o prejuízo dos meses em que esteve impedido de trabalhar, enquanto indústria, comércio e outras atividades de lazer — inclusive as casas de show — voltaram a funcionar, ainda que com restrições. Como qualquer brasileiro, Belo é um cidadão com contas a pagar por meio de sua atividade profissional e sempre o fará sem distinções, principalmente de classe social.
Completa o estado de choque do cantor o fato de que o evento de sábado não foi o primeiro e nem será o último em que aglomerações fugiram do controle dos organizadores. No entanto, chamou atenção das autoridades, de maneira mais expressiva, justamente um episódio na Maré, uma das maiores favelas cariocas, onde eventos culturais já são comumente reprimidos pela ideia de que os moradores de comunidades não merecem vivenciar a arte da mesma maneira do que aqueles que residem em áreas mais ricas da cidade.
Ecoando o questionamento feito ao longo do dia nas redes sociais, a equipe de Belo também se pergunta se a situação seria a mesma caso o show ocorresse em bairros da Zona Sul e com artistas de gêneros musicais menos negligenciados do que o pagode. Um exemplo dessa distinção é o fato de não haver registro de prisões na interdição de um baile de carnaval”.
ENTENDA
Belo foi preso na quarta-feira (17) pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), da Polícia Civil do Rio de Janeiro e é investigado pela realização de um show no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, apesar das proibições devido à pandemia de Covid-19.
Gracyanne, que foi ao local com o marido, chegou a usar suas redes sociais para falar sobre o assunto, lamentando o caso e defendendo o marido: “O setor do entretenimento voltou à ativa, e com novas regras também, novos formatos. Meu marido foi abençoado com o talento do canto. Ele é contratado para isso. Chega pela porta de trás nos locais de shows, vai direto ao camarim e entra no palco. Só ali em cima ele tem o contato e a noção do público. Desde que foi liberado voltar aos shows, ele tem feito a parte dele. Cumpre as normas, testa sua equipe, verifica tudo pertinente a ele, à equipe e assim espera que todas as outras partes também o façam”.
PASSAGENS NA POLÍCIA
Esta não foi a primeira vez que Belo foi preso. Em 2003, o cantor foi condenado a seis anos de prisão por envolvimento com tráfico de drogas e cumpriu quatro deles. Ele sempre afirmou ser inocente no caso. Em 2011, ele foi investigado por supostamente fazer parte de uma máfia de contrabando de carros de luxo. Já em 2013, Belo e sua equipe foram acusados de estelionato e formação de quadrilha suspeitos de darem um golpe em uma empresa de táxi-aéreo. Em 2017, foi acusado de inadimplência pela proprietária da casa em que morava com Gracyanne Barbosa em São Paulo, mas pagou a dívida e deixou o imóvel após as acusações.
Fonte: RevistaQuem / Foto: Reprodução Internet