A expectativa era grande, tanto para confirmar a qualidade da Safra 2018 quanto para viver a maior degustação de vinhos de uma safra do mundo. Mas a espera valeu a pena e a melhor notícia foi compartilhada: a Safra 2018 está entre as três melhores já registradas no Brasil, dividindo holofotes com as de 2005 e 2012.

A qualidade foi provada e atestada por 120 enólogos, que degustaram às cegas as 344 amostras inscritas por 49 vinícolas. As 16 amostras selecionadas entre as mais representativas foram degustadas por um público de cerca de mil apreciadores durante a 26ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2018, no sábado, 29 de setembro, no Pavilhão E do Parque de Eventos de Bento Gonçalves.

“Esta Avaliação é muito especial. Estamos falando de uma safra histórica, uma safra que está entre as três melhores da história do Brasil. O tempo colaborou, a tecnologia nas vinícolas ajudou e a maturidade de nossos enólogos transformou a uva em vinho de altíssima qualidade. O reconhecimento foi unânime e hoje estamos compartilhando com vocês na representação de 16 amostras”, brindou o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE) – entidade promotora, enólogo Edegar Scortegagna.

O auditório foi tomado por um público diversificado formado por enólogos, sommeliers, jornalistas, empresários, mas todos com o gosto pelo vinho em comum. Gente que veio de nove estados brasileiros (Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo), além do Distrito Federal, e de outros seis países (Canadá, Chile, Inglaterra, Itália, Reino Unido e Uruguai).

Nos bastidores, 120 alunos de Viticultura e Enologia, realizaram o serviço do vinho, mais uma vez exemplar. Uma a uma, as amostras foram servidas e degustadas pelo público e pelos 16 comentaristas ao mesmo tempo. Assim que cada amostra foi degustada, foi feito o comentário do vinho por um dos 16 comentaristas, que compartilhou suas impressões. Somente depois de degustar as 16 amostras foi anunciado o resultado dos 30% e revelado as 16 amostras selecionadas como as mais representativas da Safra 2018.

Pela primeira vez na história da Avaliação Nacional de Vinhos, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) – entidade máxima do mundo vitivinícola com sede em Paris -, esteve presente no evento com sua presidência. A brasileira Regina Vanderlinde, que assumiu a instituição no início de julho, integrou o painel de comentaristas.

O presidente da ABE destacou o trabalho dos enólogos. “A Avaliação Nacional de Vinhos carrega a marca do vinho brasileiro. Pelo vinho brasileiro, nós, da ABE, nos unimos e evoluímos ao longo do tempo para nos tornarmos um exemplar cheio de tipicidade institucional. Assim, criamos e maturamos a Avaliação, sendo decisivos na evolução qualitativa da bebida no Brasil. Fizemos isso porque somos os enólogos de um país que é por natureza vários países. Somos os enólogos do Brasil, da Associação Brasileira de Enologia, da Avaliação Nacional de Vinhos”, concluiu Scortegagna.

TROFÉU VITIS 2018

Desde 1993, a ABE homenageia figuras que dedicam seu tempo, conhecimento e talento para a promoção e valorização do vinho brasileiro. Neste ano, a entidade entregou o Troféu Vitis Amigo do Vinho Brasileiro 2018 para o empresário do turismo Tarcísio Vasco Michelon, diretor superintendente da Rede de Hotéis Dall’Onder, idealizador dos Caminhos de Pedra, da Maria Fumaça, do Cicloturismo, do Instituto Tarcísio Michelon e do Parque de Esculturas Domadores de Pedra, entre inúmeros outros projetos. Presidente da Fenavinho por três edições, tem forte relação com o desenvolvimento do enoturismo na Serra Gaúcha. Lidera o projeto de expansão da rede de hotéis com abertura de unidades em Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves.

E o Troféu Vitis Destaque Enológico 2018 foi entregue ao enólogo Antônio Salvador, diretor da Vinícola Salvattore. Um dos fundadores da Associação Brasileira de Enologia, começou sua trajetória de enólogo na década de 1970, tendo atuado em diversas vinícolas antes de ter seu próprio negócio. Com um laboratório em casa, prestou assessoria para cerca de 40 vinícolas. Viveu 47 safras e hoje com a família dirige sua própria vinícola.