Com a pandemia do coronavírus, as creches municipais e estaduais tiveram as aulas suspensas até segunda ordem. Para que o desenvolvimento não se perca nestes dias, a pedagoga Tais Nascarella, de São Carlos (SP), dá dicas de atividades para serem feitas em casa.
Até os 5 anos, as crianças que vão para creches ou pré-escolas estão em constante descoberta. O rompimento desta rotina impacta diretamente na vida de cada uma, que já está acostumada com amigos, professores, ambiente escolas e atividades desenvolvidas.
A consultora educacional explica que por conta disso é importante que a criança saiba que tais suspensões são temporárias e que logo a rotina deve voltar ao normal.
“A criança não sabe lidar muito bem com essa situação, na verdade, até nós adultos estamos com dificuldade de entender este momento de isolamento social. Fomos pegos de surpresa e com isso, juntos, estamos aprendendo a lidar com isso tudo. Precisamos conversar com as crianças, mesmo com as pequenas, dizendo que tudo vai voltar ao normal e que, em breve, todos estaremos na nossa rotina novamente”, disse Tais.
Mas enquanto a rotina não é recuperada, é importante que as crianças que estão em fase de crescimento e desenvolvimento sejam estimuladas por pais, irmãos e até avós, assim como a pedagoga faz com sua filha Bia, de 2 anos e 6 meses, e divulga em suas redes sociais.
“Primeiramente precisamos garantir o brincar. A criança aprende brincando. Desta forma, deixar com que a criança brinque, não somente com brinquedos “prontos”, mas com outros meios que possam fazer com que elas estimulem a criatividade, a autonomia e a sensação de descontração e lazer. Precisamos, neste momento, como pais e responsáveis por estas crianças, interagir com elas mais do que nunca. Sentar junto para brincar, jogar uma bola no quintal, plantar uma florzinha, mexer na terra, fazer uma receitinha na cozinha, enfim, criar juntos”, comentou.
Outro ponto também citado pela especialista é que muitas escolas, principalmente de crianças maiores, estão enviando atividades que possam ser realizadas em casa, e é fundamental que os pais auxiliem neste momento e também foquem em cuidar da parte emocional.
“Com certeza, será de suma importância esse envolvimento para garantir que as crianças não estejam 100% afastadas da aprendizagem escolar. Depois, cabe dizer sobre a necessidade de mantermos as crianças tranquilas frente ao “medo”. Muitas delas ouvem as conversas de adultos, assistem na televisão ou até leem notícias sobre a situação que estamos vivendo e desenvolvem insegurança e medo. Precisamos cuidar desta parte emocional também. Orientando, dentro da capacidade de entendimento de cada idade, para que possam cuidar da sua higiene pessoal, do ambiente familiar, mas que as poupemos de comentários que elas não conseguem interpretar”, explicou.
Confira outras dicas dadas pela profissional para estimular a criança:
– Faça uma leitura com entonação das vozes de cada personagem, imitando os sons que aparecem na história ou até criando uma nova história com base nas figuras; um teatro de fantoches (criando os fantoches em papel, com o desenho das crianças, por exemplo); um carro ou um castelo, com caixas vazias; uma mini horta com potinhos que seriam descartados na cozinha; uma pintura com tinta guache no azulejo (sai ao lavar!); uma amarelinha no chão da sala com fita adesiva.
– Para as crianças maiores, é muito legal incentivar a escrita: fazer listas de objetos que estão em cada ambiente da casa; incentivar a leitura de livros; preencher cruzadinhas e caça palavras; atividades de pintura com tinta; preparar algo gostoso na cozinha, seguindo uma receita (incentiva a leitura, a relação e quantidade, a comparação de diferentes tipos de medidas…) Vale até o tão temido vídeo-game. É só ir trocando o tempo de cada atividade, tentar estar junto sempre que possível, pois também sabemos que muitas famílias estão com os pais em trabalho home office, e que todos estão aprendendo, juntos, a lidar com este momento.
Fonte: Acidade / Foto: Reprodução Internet