A entrega do Mérito Metalúrgico Gigia Bandera chegou em sua 26ª edição e homenageou três grandes empresários da região, na noite desta sexta-feira (29), em Caxias do Sul. O evento ocorreu na Sede Social do Recreio da Juventude e contou com a presença mais de 300 convidados, entre lideranças e autoridades de Caxias e região.
A distinção foi concedida pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs).
Instituído pelo SIMECS, em 17 de agosto de 1987, o Mérito Metalúrgico Gigia Bandera, tem por objetivo homenagear personalidades empresariais que tenham se destacado pelo seu desempenho ético, moral e profissional, evidenciado pela conduta empreendora e pelas atividades desenvolvidas em seus segmentos.
O Trofeu Gigia Bandera, por sua vez, foi instituído pelo SIMECS em novembro de 2005 e faz uma justa homenagem à Luigia Carolina Zanrosso Eberle – Gigia Bandera. A obra apresenta traços firmes e fortes, traduz a altivez, a experiência e o empreendedorismo da pioneira da indústria metalúrgica de Caxias do Sul e região.
Natural de Monte Magré, Província de Vicenza, Itália, Gigia Bandera nasceu em dois de junho de 1854. Em 1878 casou-se com Giuseppe Giacomo Eberle, com quem teve 10 filhos.
Em 1884 chegou ao Brasil, instalando-se com a família em Caxias do Sul. Em 1886, o marido Giuseppe, então agricultor, comprou de Francisco Rossi uma funilaria na Rua Sinimbu. Com o tempo, decidiu dedicar-se somente às atividades agrícolas, cabendo a Gigia Bandera o aprendizado na pequena indústria. Luigia atendia ao balcão, trabalhava na oficina como funileira, fabricando e consertando peças para depois vendê-las e cuidava dos filhos.
Como pioneira do seu tempo, a microempresária é reconhecida como uma mulher empreendedora, que impulsionou, desde a sua época, o desenvolvimento industrial regional.
Conheça um pouco da história dos agraciados com o Trofeu Gigia Bandera:
Clovis Tramontina
O empresário Clovis Tramontina preside desde 1992, uma das maiores indústrias do país que se mantém genuinamente brasileira. A Tramontina desenvolve e produz em solo nacional seus mais de 18 mil produtos, investindo na geração de empregos, impostos, inovação e desenvolvimento. Hoje, o negócio reúne mais de 8 mil funcionários e tem dez unidades fabris no Brasil.
A liderança de Clovis reflete seu espírito simples, o estilo direto de administrar e a valorização das pessoas, este último, um dos principais valores da empresa. Neto dos fundadores Valentin e Elisa Tramontina e filho de Ivo e Laura Tramontina, Clovis nasceu em 1955 no município de Carlos Barbosa, berço e até hoje sede da Tramontina, que iniciou como uma pequena ferraria em 1911. É casado com Eunice, pai de Elisa, Marcos e Ricardo e avô de Rafaela, Lucas e Leonardo.
Francisco Santos
O empresário Francisco Santos é o quinto de sete irmãos. Nasceu no dia 8 de janeiro de 1962, no interior de São Francisco de Paula, filho de professor rural e de mãe doméstica. Viveu até os sete anos no campo. O avô materno Francisco Ballardin era dono de serraria (madeireiro) e Francisco, quando criança, tinha fascínio pela forma como as toras de madeira eram processadas. Foi ali que começou a alimentar o sonho empreendedor.
Sempre gostou muito do trabalho. O pai José Lourenço Santos e a mãe Cirley Ballardin Santos elogiavam o filho por ser trabalhador e responsável, e assim cada vez ele buscava fazer melhor para corresponder às expectativas.
Aos sete anos de idade veio morar em Caxias do Sul com a família, pois os irmãos mais velhos já começavam a frequentar o ginásio. O pai costumava dizer que não tinha dinheiro para deixar para os filhos, mas deixaria o conhecimento. Tanto que todos os sete filhos cursaram universidade, trabalhavam de dia e estudavam à noite.
Raul Antônio Carniel
Há 68 anos, no dia 31 de julho de 1951 nasceu na localidade de São Vitor de Corona em Caxias do Sul, o hoje empresário Raul Antônio Carniel, filho de Hermindo Natal Carniel e Odilla Maria Slongo Carniel e irmão de Ricardo Carniel e Rudimar Carniel. Do casamento há 43 anos com Edite Smiderle Carniel, tiveram os filhos Sheila 39 anos; Rodrigo 36 anos, Shirley 27 anos.
O pai de Raul era colaborador e chegou à supervisão da empresa Dalla Santa, enquanto a mãe cuidava do lar e era muito dedicada aos filhos. Com muito orgulho Raul afirma que eles foram verdadeiros heróis para garantir o sustento da família.
Aos oito anos de idade Raul estudava meio turno no colégio Venzon Eberle e meio turno já trabalhava empalhando garrafões. O pouco salário que ganhava na época era destinado parte a compra de roupas e objetos para a escola e a outra parte era de seus pais como forma de pensão. Aos 12 anos, Raul começou a trabalhar meio turno com seu pai na empresa Dalla Santa. Tempos muito difíceis.
Cursando o segundo grau no colégio imigrante e trabalhando meio turno, Raul tinha o sonho de se formar torneiro mecânico pelo SENAI, porém o diretor do Dalla Santa havia outros planos para ele e disse: “quem escolhe sou eu, você fará o curso de ajustador”. E assim o fez. Raul se formou ajustador na escola Nilo Peçanha em 1968.
Fonte: Assessoria de Comunicação / Foto: Mauro Teixeira / Grupo RSCOM