Vida e Estilo

Cérebro do homem muda após a paternidade? Neurocientista explica

Neste dia 11 de agosto é comemorado o Dia dos Pais, uma data usada para relembrar e reforçar a importância da figura paterna durante o crescimento dos filhos, ajudando no apoio ao desenvolvimento de funções comportamentais e cognitivas importantes.

Apesar de muitas vezes os pais negligenciar o seu papel na vida dos filhos, a paternidade tem profundos impactos na sua vida, inclusive a nível cerebral, como explica o Pós PhD em neurociências  e membro da Society for Neuroscience nos EUA e da Sigma XI, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

“Nosso cérebro possui uma grande habilidade de adaptação, a neuroplasticidade, que permite a ele se modificar de acordo com as necessidades, no caso da paternidade existem funções e habilidades fundamentais que foram forjadas por anos de evolução e que se intensificam naturalmente após a chegada de um filho”, explica.

O cérebro de um pai

Normalmente tem-se a ideia de que a mãe sofre modificações mais intensas com a chegada de um filho, mas os pais também passam por mudanças durante essa fase.

Existem estudos que indicam alterações em regiões do cérebro com a paternidade, como na amígdala, a ínsula e o núcleo accumbens, áreas relacionadas à atenção, recompensa, vigilância e fortes emoções.

Esses efeitos são sentidos de acordo com o tempo em que o pai passa com o filho e valem tanto para pais heterossexuais, quanto homossexuais.

“Um estudo publicado na revista Cerebral Cortex revelou, através de exames de imagem, que os pais podem ter mudanças no volume do córtex cerebral com a paternidade”.

“Inicialmente, o cérebro do pai pode diminuir um pouco de tamanho, mas essa redução é temporária e o cérebro volta ao normal depois de algum tempo. Essa mudança está relacionada ao aumento da atenção e foco necessário para cuidar do bebê”, ressalta Dr. Fabiano.

O cérebro está por trás das diferenças entre o pai e a mãe

A evolução forjou os cérebros do homem e da mulher de formas bem diferentes de acordo com as necessidades dos nossos antepassados e isso se mantém mesmo com as mudanças típicas da chegada de um bebê, afirma Dr. Fabiano.

“Em média, os homens têm cerca de 30% mais conexões neuronais e um cérebro cerca de 12% maior do que o das mulheres. Já os cérebros femininos têm uma maior proporção de substância cinzenta e um fluxo sanguíneo mais intenso, o que gera formas muito diferentes de processar informações”.

“Os hormônios também influenciam muito os comportamentos de um pai e de uma mãe, a testosterona nos homens estimula comportamentos impulsivos, enquanto, nas mulheres, altos níveis de ocitocina e prolactina durante e após a gravidez ajudam nas contrações, amamentação e causam um apego materno ao bebê”.

“Essas diferenças são naturais e complementares, não são demérito de nenhum dos dois lados, essas características, cada uma da sua forma contribui para o cuidado, a formação e o desenvolvimento da criança”, ressalta Dr. Fabiano.

Patricia Larentis

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