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Douglas Ceccagno lança seu terceiro livro em Bento Gonçalves

O escritor, doutor em Letras e professor da Universidade de Caxias do Sul, Douglas Ceccagno lança neste sábado (30), às 17h30min, seu terceiro livro, no espaço Teia Cultural, em Bento Gonçalves. “Eu é muitos outros” é o título da obra, que tem o texto de orelha, escrito pelo poeta e editor Gustavo Felicíssimo. O livro é publicado pela Editora Mondrongo. Douglas é também autor dos livros Rábula (poesia) e Ópera Subterrânea (contos).

“Eu é muitos outros” é o terceiro e mais pessoal livro do autor. Trata-se de um eu multifacetado que repensa a vida a partir das escolhas que fez, dos sonhos que deram ou não deram certo, do nascimento da filha, da posição periférica no mercado literário; tudo isso em linguagem poética, com um mergulho nas emoções, onde não faltam desencanto e esperança, amor e ódio, humor e ironia.

Douglas Ceccagno nasceu em Farroupilha e cresceu em Bento Gonçalves. Começou a publicar poemas em jornais em 1996. Em 2006, participou do grupo Neblina e da antologia Calendário. Seu primeiro volume individual de poesia, Rábula, foi publicado em 2015 pela wwlivros. Em 2018, lançou o livro de contos Ópera subterrânea, financiado pelo Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves e editado pela Metamorfose. Também é autor de uma comédia e de diversos poemas, contos e canções inéditos. Já publicou textos de opinião em jornais, poemas em antologias de concursos literários e artigos em revistas de estudos de literatura. Em 2019, Douglas foi o escritor homenageado na 34ª Feira do Livro de Bento Gonçalves.

O livro “Eu é muitos outros” está disponível no site da Editora Mondrongo.

ALGUNS POEMAS DA OBRA:

VOZES

Minha cabeça não está sozinha:
há várias vozes espalhadas dentro.
Algumas correm, duas ou três caminham,
outras disfarçam-se de pensamento.

Minha cabeça é uma casa douta,
com infinitos quartos de mistério.
Quando uma voz fala em lugar da outra,
eu nunca entendo se o que penso é sério.

Sei dessas vozes, porém não de ouvido
(porque as orelhas sempre estão por fora).
Quem as escuta é um outro; eu só duvido.

E, nessa dúvida, um temor aflora:
será que creio no que tenho dito
ou só repito da boca pra fora?

A CARA DO OUTRO QUE SOU EU

Desfiz os disfarces,
desfiei as rimas,
joguei fora os lápis,
cuspi asco às máscaras
e às maquiagens.

Perguntei aflito:
mas que rosto é esse
que vejo e não visto?

Não sei. Não sei.
Da consistência das nuvens
só conheço o vento andarilho.
Da vida só aprendi o sopro
do que sonho e do que sinto.

Patricia Larentis

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