Pacientes com diagnóstico de câncer gástrico acabam de ganhar um aliado no combate à doença: o Programa PD-Point 3.0. Por meio do programa, médicos oncologistas ou patologistas conseguem solicitar, gratuitamente, um teste molecular para avaliar a expressão de PD-L1 em adenocarcinomas gástricos ou da junção gastroesofágica.

O teste é feito pela metodologia CPS (combined positive score), PPC em português, pontuação positiva combinada, que leva em conta tanto células tumorais quanto células imunes (linfócitos e macrófagos) – diferente da metodologia utilizada para câncer de pulmão do tipo células não pequenas, (CPCNP), o TPS (tumor proportional score), PPT em português, pontuação de proporção de tumor. O resultado é rápido e fica pronto em apenas três dias, auxiliando o médico a oferecer a melhor opção de tratamento para seus pacientes.

O PD-Point é baseado no conceito de diagnóstico de precisão, que busca determinar a melhor terapia, de forma individual, para cada paciente. Esse é o princípio das mais modernas abordagens no tratamento oncológico, que busca, cada vez mais, oferecer tratamento personalizado aos portadores da doença.

“É sabido que um mesmo tipo de câncer apresenta características próprias em diferentes pacientes, portanto, uma abordagem individualizada é imprescindível para tratarmos a doença corretamente e aumentarmos a chance de sucesso no tratamento”, explicou a médica Márcia Datz Abadi, Diretora Médica de Oncologia da MSD Brasil.

O procedimento é simples e está disponível em todo o Brasil. Para não causar desconforto para o paciente, a análise é realizada a partir de uma pequena amostra do material. Basta o médico, oncologista ou patologista, acessar o site www.pdpoint.com.br e solicitar coleta da amostra para um dos laboratórios parceiros. O processo é feito online e todas as etapas podem ser acompanhadas pelo solicitante, desde a retirada do material até o recebimento dos resultados.

Sobre o câncer gástrico

No Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer gástrico aparece em terceiro lugar em incidência entre homens e em quinto entre mulheres, sendo esperados 21.290 novos casos em 2018. Devido à alta mortalidade deste tipo de câncer, cerca de 70% dos casos devem ir a óbito.

Segundo o órgão, não há sintomas específicos do câncer de estômago, porém, alguns sinais como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar a presença da doença.

Desde meados de maio, está aprovado no Brasil o uso de Pembrolizumabe (Keytruda) para tratamento de adenocarcinoma – considerado tipo mais comum de câncer de estômago, responsável por 95% dos casos[1] – e câncer gastroesofágico – quando o tumor acomete a parte final do esôfago e início do estômago – que já tenham sido anteriormente tratados com duas ou mais terapias, incluindo quimioterapia ou um tipo de terapia-alvo.

Pembrolizumabe é a primeira imunoterapia a ser aprovada no País para tratamento deste tipo de câncer e traz novas possibilidades para portadores da doença.

Pembrolizumabe já pode ser usado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado (o tipo mais letal do câncer de pele), para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo células não pequenas, (CPCNP), com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor (expressão ≥50% ou 1%<49%) e tratamento de câncer urotelial (o mais comum é o câncer de bexiga).

A imunoterapia anti PD-1 da MSD está sendo avaliada para mais de 30 tipos de tumores em 790[2] estudos clínicos. No Brasil, o medicamento está sendo pesquisado em mais de 29 ensaios clínicos, com cerca de 232 instituições envolvidas e mais de 500 pacientes em tratamento.

Fonte: O Sul / Foto: Reprodução Internet