Na história da Fenavinho, o nome de Moysés Michelon ocupa lugar de honra – não só por ter sido o presidente da primeira edição, em 1967, mas também por sua personalidade aglutinadora. Foi com essa característica que ele construiu a festa responsável por alçar Bento Gonçalves ao reconhecimento nacional, lembra uma de suas filhas, Elaine. Foi ela quem recebeu do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), em nome de seu pai – falecido em outubro de 2017, aos 83 anos –, o troféu Dom Empreendedor.

A distinção foi criada para homenagear àqueles que impulsionaram, por meio de uma atuação visionária, o crescimento econômico da cidade, características das quais Michelon é expoente. A entrega da outorga ocorreu na noite da solenidade de lançamento da 16ª Fenavinho – que será retomada em 2019, sob a tutela e responsabilidade do CIC-BG. “Fiquei muito emocionada pela lembrança do nome do meu pai, que sempre atuou muito pela comunidade”, disse a empresária.

A comunidade, aliás, sempre esteve à frente dos interesses de seu Moysés, homem conciliador que tinha a virtude de unir todos à sua volta para trabalhar em conjunto por uma causa. “Ele foi presidente sem ser cantineiro. Não importava o partido político, ele estava lá pelo povo. Inclusive, o prefeito na época era de partido oposto ao dele, e ele se uniu com todos os partidos e fez a festa com muita galhardia”, contou Elaine.

O recebimento do troféu Dom Empreendedor teve um significado marcante porque ocorreu junto ao anúncio da volta da festa identitária de Bento Gonçalves – e num palco sempre sonhado por Moysés Michelon, a casa própria do CIC-BG. “É muito emocionante esse resgate da Fenavinho, que aconteceu dentro da sede do CIC, um sonho pelo qual ele sempre lutou porque não admitia uma entidade tão sólida não ter um endereço próprio”, lembrou a filha. “Foi uma conjunção de fatores que convergiram para uma coisa positiva, na entidade que ele ajudou a desenvolver, na casa nova e resgatando a Fenavinho, que era sua filha mais velha”.

E, como sendo da família, Elaine tem um grande carinho pela “irmã”. Ela não era nascida quando seu pai presidiu a primeira Fenavinho, mas envolveu-se muito com a festa – e não foi apenas através das histórias contadas por ele. Vivenciou intensamente a Fenavinho que, além de desenvolvimento, trouxe outros valores a Bento Gonçalves. “Sou fã de carteirinha dessa festa, entreguei muita uva aos visitantes e estou muito feliz pelo CICter encampado a Fenavinho, que nos deixou legados como o orgulho pela terra e por ser colono”, disse Elaine.

Fonte: Exata Comunicação / Foto: Vagão Filmes